Políticos se manifestaram nesta segunda-feira (14), por ocasião dos quatro anos do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Publicações nas redes sociais, principalmente de nomes ligados à esquerda, cobram elucidação sobre quem teria sido mandante do crime - que ainda não foi solucionado.O provável candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, classificou o homicídio como "brutal e político" e cobrou respostas sobre as investigações. "São 4 anos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Um crime brutal e político. Ainda não sabemos quem são os mandantes. Seguimos cobrando justiça! As lutas de Marielle não foram em vão", publicou ele.
O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) lamentou o assassinato da vereadora e disse que o ocorrido causa vergonha ao País. Ele atribuiu a dificuldade de se chegar ao responsável pela ordem do crime a "forças poderosas", mas não deixou claro a quem se referia. "Quatro anos atrás, Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram brutalmente assassinados. Até hoje, forças poderosas impedem o esclarecimento destes crimes brutais", escreveu.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que foi candidato à Presidência da República no ano da morte de Marielle, destacou que, além de vereadora, ela era ativista dos direitos civis. O petista também cobrou esclarecimentos. "O assassinato de uma vereadora e ativista dos direitos civis, Marielle Franco, teve um mandante. Quatro anos depois, o nome de quem encomendou os disparos contra seu rosto, da forma mais covarde possível, não foi revelado. Os fascistas festejam."
"Sua execução e de Anderson e a profanação permanente de seu corpo - com a quebra de placas, fake news asquerosas e piadas nefastas - foram os sinais mais claros daquilo que nosso país passou a viver nesses últimos quatro anos", escreveu.
O perfil oficial das Mulheres do PSOL, partido ao qual a vereadora era filiada, também fez uma publicação chamando para atos em homenagem a Marielle. "Por todo Brasil, uma série de atividades estão marcadas para lembrar seu legado e que a luta por justiça continua", diz a postagem.
4 anos sem a nossa Marielle. Nós temos dor, revolta e saudade. E muita, muita luta. Até quando vamos ficar sem respostas? Quem mandou matar Marielle? pic.twitter.com/iXlXCayEcr
— PSOL 50 (@psol50) March 14, 2022
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) também fez um apelo por justiça para o caso: "1461 dias à espera de resposta sobre os mandantes desse crime brutal e covarde. Não vão nos calar, não vamos descansar, exigimos justiça por Marielle e Anderson".
Como mostrou o Estadão, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) tem revisitado o material colhido durante toda a investigação para ouvir novos depoimentos e reexaminar, com tecnologia mais moderna, os celulares aprendidos nas apurações. O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz estão presos há três anos, acusados de serem os executores do crime. O julgamento de ambos ainda não foi marcado.