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Saiba o que é endometriose e quais os sintomas da doença

Doença passou a ser foco dos noticiários após a cantora Anitta se manifestar sobre o assunto

Por Nadine Funck
Publicado em: 08.07.2022 às 20:42 Última atualização: 09.07.2022 às 15:01

Uma a cada dez mulheres sofre com a endometriose no Brasil. Esse é um dado do Ministério da Saúde (MS), que, em 2021, registrou mais de 26,4 mil atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) e oito mil internações pela doença na rede pública. O assunto voltou a ser discutido nesta semana após a cantora Anitta anunciar em uma rede social ter sido diagnosticada com endometriose. A artista fez um apelo nesta sexta-feira (8) para que as mulheres passem a receber mais informações a respeito.

Endometriose possui quadro clínico variável: entenda a doença
Endometriose possui quadro clínico variável: entenda a doença Foto: AdobeStock
De acordo com o MS, trata-se de uma doença inflamatória provocada por células do endométrio – tecido que reveste o útero –, que, em vez de serem expelidas durante a menstruação, movimentam-se no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a causar sangramentos.

Segundo a ginecologista e obstetra Cecy de Conto Kopper, médica do Hospital Regina de Novo Hamburgo, os sintomas mais comuns são muita dor e sangramento durante a menstruação e dor durante as relações sexuais. Embora o o esclarecimento seja simples, o diagnóstico, nem tanto. A doença, de acordo com a médica, depende do estado hormonal e pode aparecer em qualquer momento da fase reprodutiva, podendo surgir na adolescência, depois da primeira gravidez e antes da menopausa, por exemplo.

Os sintomas, porém, variam. Em alguns casos, as mulheres não apresentam qualquer sinal de anormalidade. A médica conta que a descoberta pode acontecer até mesmo durante o parto. "Às vezes, a gente vai fazer a cesárea e, na hora de tirar o bebê, encontra focos de endometriose na cavidade.” Em outra situação, as mulheres que estão na tentativa de engravidar e estão com dificuldades, iniciam uma investigação e deparam-se com a doença.

Conforme Cecy, "o quadro clínico é variável, não existe 'ela só acontece dessa maneira’. No próprio achado cirúrgico, tem pacientes que têm muitos focos e pouca dor, e tem pacientes com poucos focos e muita dor”. Por isso, se a paciente apresentar sintomas comuns, a médica orienta o tratamento hormonal, que é feito, geralmente, com anticoncepcional. "Mas é importante ter controle da parte clínica”, salienta.

O diagnóstico, explica, vai muito da percepção do médico. “Às vezes, em exame de imagem, aparece o endometrioma. Ele forma um líquido escuro e espesso. Mas tem muitas pacientes em que não aparece nada”. A melhor forma de ter certeza do diagnóstico, de acordo com a médica, é a videolaparoscopia, que se trata de uma cirurgia em que o médico introduz uma microcâmera pelo umbigo para visualizar o útero, as tubas uterinas e os órgãos pélvicos. E por se tratar de um procedimento invasivo, Cecy não recomenda em casos mais comuns.

Pelo SUS

Questionada sobre o atendimento oferecido pelo SUS, a médica explica que o sistema disponibiliza tratamento. "Muitos são medicamentos simples. Tem alguns tratamentos que são mais complexos e alguns medicamentos que mais novos que não vão ser encontrados pelo SUS, mas tem como tratarmos pelo sistema público. Tem vários hospitais que realizam também a videolaparoscopia. O atendimento até pode demorar, mas tem como tratar, com certeza."

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