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Notícias | País RIO DE JANEIRO

Anestesista preso por estupro de paciente durante cesárea é suspeito em outros cinco casos

Uma das mulheres conta que estranhou ter recebido anestesia geral durante o parto; marido dela diz ter sido expulso da sala por Giovanni Quintella Bezerra

Por Marcio Dolzan e Roberta Jansen
Publicado em: 13.07.2022 às 07:36 Última atualização: 13.07.2022 às 07:40

O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, filmado estuprando uma parturiente durante uma cesárea, na sala de parto, é investigado por pelo menos mais cinco outros abusos. A informação é da delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, responsável pelo caso. A Justiça do Rio, em audiência de custódia, manteve a prisão de Quintella.

Médico foi flagrado estuprando mulher durante parto no RJ
Médico foi flagrado estuprando mulher durante parto no RJ Foto: Reprodução/G1
"São três casos do dia 10 de julho, mais três que nós ouvimos hoje (anteontem), de pessoas que nos procuraram – uma até de outro hospital. Contando com o que resultou no flagrante, são seis que investigamos", disse a delegada.

"Nos (casos) do dia 10, lá do hospital de São João (de Meriti), os indícios são mais fortes porque há todo o relato da equipe de enfermagem, há o vídeo, gravado no mesmo dia, na terceira cirurgia. Então, em relação a esses dois fatos (adicionais), os indícios são mais fortes", sustentou a delegada.

Denúncias

Com bebês no colo, três mulheres que foram atendidas em cesáreas pelo anestesista estiveram na Deam de São João de Meriti. Uma delas, uma técnica de radiologia, de 30 anos, contou que deu à luz no dia 5 de junho, no Hospital da Mãe, em Mesquita, na Baixada Fluminense. A cesárea foi assistida pelo anestesista.

"O que me chamou a atenção foi a anestesia geral", contou a técnica em radiologia. "Eu já tive outros dois filhos de cesárea e nunca havia tomado anestesia geral. Eu fiquei totalmente dopada, e isso me chamou a atenção. O Giovanni era o anestesista. Não sei se aconteceu alguma coisa comigo, eu estava sedada, mas quando eu vi as imagens dele, me desesperei. Quando começo a recordar, só lembro da voz dele, o tempo todo falando baixinho no meu ouvido".

O marido dela contou ter sido expulso da sala de parto por Quintella. A presença de acompanhante é prevista em lei desde 2005.

"Eu só pude acompanhar o parto até certo ponto", contou. "Depois ele me mandou sair". Outra mulher que também teria sido vítima do anestesista no último dia 6 foi à delegacia acompanhada da mãe e do marido para prestar depoimento. Ela contou que, muito dopada no momento do parto, "achava ter tido uma alucinação". O marido disse que foi impedido de acompanhar o parto pelo anestesista.

Prisão mantida

A Justiça do Rio manteve a prisão de Quintella, convertira em preventiva. Ele será encaminhado ao presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó.

O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) aprovou a suspensão provisória Quintella. O Cremerj informou ainda que a suspensão ocorre em paralelo a um processo que pode terminar com a cassação definitiva do registro médico do anestesista. Ele é acusado de estupro de vulnerável. A pena para o crime varia de 8 a 15 anos de reclusão.

O escritório que fazia a defesa do médico informou que não irá atuar no caso. A nova defesa não tinha sido oficializada até a conclusão da edição.

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