Empresário de Gramado e Luciano Hang estão entre os suspeitos de estimular golpe pelo WhatsApp
Saiba quais são os nomes e as empresas dos investigados pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes
Os empresários Luciano Hang, da rede de lojas Havan, e Luiz André Tissot, da Sierra Móveis, de Gramado, estão entre os alvos de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (23).
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Alexandre de Moraes manda PF identificar empresários que participam de grupo que defende o golpe
A operação foi aberta por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal federal (STF). O Estadão apurou que a ordem foi expedida na última sexta-feira (19) depois que o portal Metrópoles revelou mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp dos empresários.
Os mandados estão sendo cumpridos em dez endereços residenciais e profissionais no Rio de Janeiro, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
A coluna do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles, revelou na semana passada como empresários apoiadores de longa data do presidente Jair Bolsonaro (PL) conversaram abertamente sobre um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito.
A reportagem busca contato com os empresários. O espaço está aberto para manifestações.
O que diz Luciano Hang
Por meio de nota encaminhada à reportagem às 9h59, a assessoria do empresário Luciano Hang diz que ele foi surpreendido nesta manhã com o mandado de busca e apreensão. "Luciano estava trabalhando em sua empresa, às 6h da manhã, quando a Polícia Federal o abordou e recolheu seu telefone celular."
Segundo a nota, "o inquérito foi cumprido por causa da matéria publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, no dia 17/08, com o título: 'Exclusivo. Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; veja zaps'".
O empresário, no comunicado, afirma "que a matéria foi irresponsável e não retratou a verdade". "Eu nunca falei de STF ou de golpe. O jornalista, de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto", diz.
De acordo com a nota, a fala de Luciano no grupo "Empresários & Política" foi a seguinte: "Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos", disse, segundo Luciano, "se referindo aos políticos conhecidos e que estão há décadas no poder" e que "a mensagem de Luciano foi uma resposta à fala do empresário Roberto Mota, que falava sobre eleições e não sobre poderes".
Tissot não se manifesta
A reportagem entrou em contato com a defesa de Luiz André Tissot, da Sierra Móveis, de Gramado, que preferiu não se manifestar sobre o caso. A resposta, divulgada às 10h51, diz o seguinte: "a empresa e o empresário não irão se manifestar sobre o tema".