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Notícias | País RIO DE JANEIRO

Roberto Jefferson se entrega à PF após resistir com granada e fuzil a ordem de prisão

Ex-parlamentar, que cumpria prisão domiciliar e sequer poderia ter armas, foi preso por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes

Por Fábio Grellet/Estadão Conteúdo
Publicado em: 23.10.2022 às 19:35 Última atualização: 23.10.2022 às 20:05

Depois de resistir à prisão com tiros de fuzil e uma granada, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) se entregou à Polícia Federal na noite deste domingo (23). Três viaturas da PF deixaram sua casa, no município de Levy Gasparian (RJ), onde ele cumpria prisão domiciliar desde o começo do ano. O ex-deputado estaria dentro de uma delas, sendo levado à prisão.

Roberto Jefferson se entrega à PF após resistir com granada e fuzil
Roberto Jefferson se entrega à PF após resistir com granada e fuzil Foto: Reprodução/GloboNews
Mais cedo, o ex-deputado (PTB) lançou uma granada contra agentes da Polícia Federal, ferindo dois deles, além de atirar com fuzil. Os agentes cumpriam um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra Jefferson, quando ele reagiu à abordagem. Os agentes Karina Miranda e Marcelo Vilela, feridos na operação, estão fora de perigo.

Os agentes da Polícia Federal se deslocaram até o município da Costa Verde fluminense ainda no sábado, 22, para cumprir um mandado de prisão expedido por Moraes por "notórios e públicos" descumprimentos de medidas cautelares impostas a Jefferson. Em sua decisão, o ministro, cita as "ofensas e agressões abjetas" feitas à ministra Cármen Lúcia na sexta-feira (21), quando o ex-parlamentar a chamou de "Bruxa de Blair" e "prostituta arrombada".

"As inúmeras condutas do denunciado podem configurar, inclusive, novos crimes, entre eles os delitos de calúnia, difamação, injúria (arts. 138 a 140 do Código Penal), de abolição violenta do estado democrático de direito (art. 359-L do Código Penal) e de incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os Poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade (art. 286, parágrafo único, do Código Penal), além da questão discriminatória presente no vídeo de 21/10/2022?, ressaltou ainda o ministro.

"Durante a diligência, o alvo do mandado reagiu à ordem de prisão anunciada pelos policiais federais. Na ação, dois policiais foram feridos por estilhaços de granada arremessada pelo alvo e levados imediatamente ao pronto-socorro. Após o atendimento médico, ambos foram liberados e passam bem. A equipe da PF foi reforçada e os policiais permanecem no local com o objetivo de cumprir a determinação judicial", diz a nota da PF.

Roberto Jefferson
Roberto Jefferson Foto: Pablo Valadres/Câmara dos Deputados
O ataque de Jefferson aos policiais federais foi inicialmente comunicado pela filha dele e ex-deputada federal Cristiane Brasil. Em um vídeo publicado mais cedo neste domingo nas redes sociais, ela afirmou que o pai estava enfrentando os policiais a bala, e classificou a Polícia Federal como "a Gestapo do Xandão", em referência à polícia da Alemanha nazista e a Moraes.

"Meu pai está enfrentando hoje, domingo, meio-dia, a Gestapo do Xandão, sozinho, a balas, pois não vai se entregar ao totalitarismo, à ditadura do Judiciário sobre a democracia", disse Cristiane no vídeo.

"Isso é só o estopim do que vai acontecer daqui para frente caso aconteça alguma coisa com meu pai. O que eu tenho para dizer para vocês é que ele não vai se entregar. Meu pai não vai se entregar. Acabou. A masmorra para ele acabou. Ninguém vai calar a voz de um inocente", afirmou. Minutos depois das postagens, a conta da ex-deputada no Twitter foi retirada do ar.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais por parlamentares de direita mostra o que parece ser um circuito interno de segurança da casa de Jefferson. Uma voz, que se assemelha à do ex-deputado, começa a dizer que não vai se entregar. "Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente. Eu vou enfrentá-los", afirma. Em outro vídeo, aparentemente no mesmo local, a narração diz: "Eu vou mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles, ó".


No local onde, no começo do vídeo, se viam os agentes e uma viatura da PF, apenas o veículo permanecia estacionado, com o que parecia ser um rastro de sangue. "Já é a quarta vez que esses caras voltam aqui. Chega, o pau cantou".

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