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Notícias | País INFECÇÃO NA PELE

Entenda o que é erisipela, doença que mantém Bolsonaro longe das aparições públicas

Hamilton Mourão disse em entrevista a jornal que presidente não pode vestir calças em função da ferida causada por bactérias na perna

Por Redação
Publicado em: 17.11.2022 às 11:01

O presidente Jair Bolsonaro está com erisipela, uma doença infecciosa de pele causada por bactérias e que tem como grupo de risco diabéticos, obesos, grávidas, pessoas com varizes nas pernas e portadores de HIV. A informação da doença foi informada pelo vice presidente Hamilton Mourão ao jornal O Globo.

Bolsonaro está em tratamento para erisipela
Bolsonaro está em tratamento para erisipela Foto: Agência Brasil

Na entrevista, concedida ao final da cerimônia de recebimento das cartas credenciais de embaixadores estrangeiros, Mourão explicou que o presidente não pode vestir calça por conta da ferida na perna e, por isso, evita deixar o Palácio da Alvorada.


Segundo reportagem no site do Estadão, publicada no dia 9 deste mês, a doença é causada por uma infecção bacteriana e provoca inflamação na pele. A porta de entrada para essas bactérias pode ser tanto um machucado, uma picada de mosquito ou até mesmo uma frieira no pé.

A infecção se dá nas camadas superficiais da pele – derme e epiderme –, principalmente quando a pessoa não higieniza corretamente a ferida, tem imunidade baixa e/ou está inchada.

Entenda a doença

Sintomas

São os mais comuns a qualquer infecção: calafrios, febre alta, fraqueza, dor de cabeça, mal-estar, náuseas e vômitos. As alterações da pele podem se apresentar rapidamente e variam desde uma simples vermelhidão, dor e inchaço até a formação de bolhas e feridas por necrose (morte das células) da pele.

Localização

A localização mais freqüente é nos membros inferiores, na região acima dos tornozelos, mas pode ocorrer em outras regiões como face e tronco. No início, a pele se apresenta lisa, brilhosa, vermelha e quente. Com a progressão da infecção, o inchaço aumenta, surgem as bolhas com conteúdo amarelado ou cor de chocolate e, por fim, a necrose da pele. É comum o paciente queixar-se de "íngua" (aumento dos gânglios linfáticos na virilha).

Complicações

Quando o paciente é tratado logo no início da doença, as complicações não são tão evidentes ou graves. No entanto, os casos não tratados a tempo podem progredir com abscessos, ulcerações (feridas) superficiais ou profundas e trombose de veias. A sequela mais comum é o linfedema, que é o inchaço persistente e duro localizado principalmente na perna e no tornozelo, resultante dos surtos repetidos de erisipela.

Tratamento

O tratamento é uma combinação de várias medidas realizadas ao mesmo tempo e só deve ser administrado pelo médico:

– uso de antibióticos específicos para eliminar a bactéria causadora;
– redução do inchaço, fazendo repouso absoluto com as pernas elevadas, principalmente na fase inicial. Pode ser necessário o enfaixamento da perna para que desinche mais rapidamente;
– fechamento da porta de entrada da bactéria, tratando as lesões de pele e as frieiras;
– limpeza adequada da pele, eliminando o ambiente propício para o crescimento das bactérias;
– uso de medicação de apoio, como antiinflamatórios, antifebris, analgésicos e outras que atuam na circulação linfática e venosa.

Prevenção

As crises repetidas de erisipela podem ser evitadas através de cuidados higiênicos locais, mantendo os espaços entre os dedos sempre bem limpos e secos, tratando adequadamente as frieiras, evitando e tratando os ferimentos das pernas e tentando manter as pernas desinchadas. Deve-se evitar engordar, bem como permanecer muito tempo parado, em pé ou sentado. O uso constante de meia elástica é uma grande arma no combate ao inchaço, bem como fazer repouso com as pernas elevadas sempre que possível.

Fonte: Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde

Exposição ao sol deve ser evitada

A dermatologista do Hospital Regina, Kenselyn Oppermann, salienta que a erisipela é mais comum em pacientes adultos do que em crianças, que a exposição ao sol deve ser evitada e que a erisipela não tem o estresse como fator de risco principal.

A especialista salienta que a orientação em não se expor ao sol é porque pode manchar e evoluir para uma mancha mais amarronzada ou mais acastanhada". "Se existem áreas de solução de continuidade, como úlceras e feridas abertas, é importante o adequado cuidado com curativos específicos", acrescenta, sublinhando a importância da higiene da lesão e a não exposição ao sol.

O estresse, explica, pode reduzir a imunidade, mas por si só não é um fator de risco principal para a erisipela. "Ele vem acompanhado de outro fator, como uma ferida na perna ou um trauma e esse trauma pode ser uma porta de infecção", complementa. 

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