Sem provas, PL diz que Bolsonaro venceu e pede anulação de votos de urnas

O Partido Liberal (PL) enviou nesta terça-feira (22) uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo a anulação dos votos de 250 mil urnas. De acordo com o partido, o presidente Jair Bolsonaro, derrotado no pleito de outubro, teria 51,05% dos votos nas urnas restantes e seria o vencedor na disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No pedido da legenda, apenas os votos do segundo turno deveriam ser anulados, mantendo os resultados do primeiro turno, embora as mesmas urnas eletrônicas tenham sido utilizadas nos dois turnos eleitorais. Presidente do TSE, Alexandre de Moraes, se pronunciou rapidamente dando 24 horas para que o partido entregue o relatório também do primeiro turno.

Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entraram com ação no TSE pedindo que sejam desconsiderados os votos das urnas de modelos anteriores aos de 2020. O argumento é que elas têm o mesmo número de patrimônio, o que impediria a fiscalização dos equipamentos. Nas eleições deste ano foram usadas 577 mil urnas.

Valdemar afirma que nas urnas "auditáveis", Bolsonaro teria ganho a eleição, mas durante o pronunciamento não colocou em cheque a votação de primeiro turno.“Eu, Valdemar, fui eleito com urna eletrônica, as bancadas do PL foram eleitas com urna eletrônica, então é natural que se peça um trabalho de fiscalização para que não fique nenhuma dúvida quanto ao processo eleitoral”, reconheceu ele em seu pronunciamento no qual não respondeu aos questionamentos da imprensa.

Candidato derrotado, Bolsonaro vem colocando desde o ano passado, sem provas, em dúvida a legitimidade da eleição e já se disse vítima de uma armação da Justiça Eleitoral, algo que nunca foi comprovado pelo presidente. Após a derrota para Lula, Bolsonaro reduziu drasticamente o número de declarações públicas.