'A ordem é prender', diz governador do DF sobre ataques em Brasília
Atos de vandalismo começaram após o ministro do Supremo pedir a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que determinou às forças de segurança que prendessem todos que estão fazendo depredações e outros atos de vandalismo. "A ordem é prender", afirmou o governador ao Estadão/Broadcast. Questionado sobre reforço no efetivo de policiais militares, o emedebista afirmou que "já está ocorrendo".
Os apoiadores do atual governo de Jair Bolsonaro têm queimado carros e ônibus em Brasília. Os vândalos chegaram a espalhar botijões de gás em volta dos carros pegando fogo.
Os ataques começaram após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pedir a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília, insufladas por Serere Xavante.
Tropa de choque da PM e grupo de elite da PF cercam hotel de Lula em Brasília
Manifestantes tentam invadir prédio da Polícia Federal após prisão de indígena por atos antidemocráticos
Equipe de petista propõe rever sigilos e fiscalizar orçamento secreto
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que orientou os motoristas a evitarem o centro de Brasília. "Como medida preventiva, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenário, após avaliação de equipe técnica", informou a pasta.
O governo do DF declarou também que a segurança do hotel onde está o presidente eleito foi reforçada. "Destacamos, por fim, que as imediações do hotel em que o presidente da república eleito está hospedado tem vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal".
O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, e Andrei Passos, chefe da segurança de Lula e futuro chefe da Polícia Federal, vão dar uma entrevista a imprensa para falar sobre o assunto. Dino se manifestou poucos minutos após o início dos ataques nas redes sociais. Cerca de três horas após o início dos ataques, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que a pasta tenta "conter a violência e restabelecer a ordem".
A Polícia Federal também publicou nota sobre o caso e disse que os "distúrbios verificados nas imediações do Edifício-Sede da Polícia Federal estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF)". Ao comentar sobre a prisão determinada por Moraes, a PF declarou que o bolsonarista "encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a integridade física e moral do detido".