Durante enterro, família de homem morto por motorista de aplicativo em SP recebe vídeos com deboches

Familiares do homem que foi morto por motorista de aplicativo em São Paulo receberam vídeos que zombavam do atropelamento durante enterro. O crime ganhou repercussão após Christopher Rodrigues, de 27 anos, matar Matheus Campos Silva, 21, logo depois de flagrar a vítima supostamente realizado um roubo de celular.

Assim que o atropelamento aconteceu, o motorista gravou vídeos nas redes sociais debochando da situação. Ele ainda escreveu a frase: "Menos um fazendo um L", referindo-se a eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O fato aconteceu na terça-feira do dia 25 de abril.

Conforme o Uol, a primeira informação que chegou aos familiares foi de que Silva teria morrido em um acidente comum de trânsito e que o autor teria fugido. Durante o enterro, os familiares receberam vídeos que mostram a vítima pedindo socorro e Rodrigues debochando da situação. Os vídeos começaram a chegar em grupos de motoristas de aplicativo, segundo as irmãs da vítima, Paloma Santiago e Talita Mayara, que estiveram na Delegacia de Polícia que apura o caso.

"O que o motorista fez foi horrível. Justiça com as próprias mãos não resolve nada. Ele matou o meu irmão. Não conseguimos viver o luto", disse Paloma. "Não temos provas de que ele furtou o celular, mas isso não justifica. Não temos bandidos na família. Se ele tivesse roubado, iríamos agradecer pela prisão, para ele pagar pelo que fez", expôs a irmã da vítima.

Ainda de acordo com o portal, a Polícia Civil vai investigar se houve incitação ao crime por postagens nas redes sociais do atropelador. "Depois vamos analisar se os vídeos incitam o crime. Estamos levantando o máximo de provas possíveis porque não temos imagens [do circuito de segurança]. Também estamos apurando se ele prestou socorro ou se outra pessoa pediu", informou o delegado Percival Alcântara.

A vítima do furto será ouvida no 5º DP nesta quinta-feira (4), para reconhecer ou não Matheus como autor do furto. "Mesmo se ele tivesse furtado e fugido, isso não dá o direito de ninguém fazer justiça pelas próprias mãos."