Bolsonaro fez harmonização facial? Entenda procedimento estético de R$ 84 mil realizado no ex-presidente
Tratamento foi feito em meio a investigação da PF sobre venda ilegal de joias
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por um procedimento estético na última sexta-feira (18) em uma clínica localizada em Goiânia. Nas redes sociais, o dentista Rildo Lasmar postou o antes e depois da operação, que tratou dos dentes de Bolsonaro. O procedimento foi feito em meio das investigações da Polícia Federal (PF) sobre um esquema de venda ilegal de joias que foram omitidas do acervo da Presidência da República.
Ao Estadão, a clínica de Lasmar, que fica localizada em uma região nobre da capital goiana, disse que o ex-presidente esteve por lá para fazer um ajuste de lentes de contato que usa em seus dentes. Segundo os profissionais, o procedimento é feito para eliminar incômodos na região bucal, utilizando lâminas de porcelana.
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A visita de Bolsonaro na clínica de Lasmar aconteceu logo após o ex-presidente conceder uma entrevista para o repórter Wesley Galzo, do Estadão, onde negou a sua participação no escândalo da venda ilegal de joias ao exterior. Em uma padaria em Abadiânia, município que fica no trajeto entre Brasília e Goiânia, Bolsonaro negou que tenha mandado o seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, vender um relógio Rolex, recebido por autoridades da Arábia Saudita, no exterior, e disse que ele tinha autonomia para comercializar a peça.
O ex-presidente afirmou também que não recebeu nenhum dinheiro proveniente do esquema. O advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, alega que seu cliente vendeu o relógio Rolex e entregou o dinheiro a Bolsonaro. As tratativas sobre a suposta venda da peça estão presentes nos relatórios da PF que coletou trechos de conversas entre Mauro Cid e Marcelo Câmara, assessor especial da Presidência. Em um áudio, Cid afirmou que iria entregar 25 mil dólares que, possivelmente, pertenciam ao ex-presidente em “cash”.
Segundo a PF, Cid e outros aliados de Bolsonaro teriam vendido joias e outros objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República fora do País. Os itens de luxo deveriam ser incorporadas ao acervo da União, mas foram omitidos do conhecimento dos órgãos públicos, negociados para fins de enriquecimento ilícito e entregues em dinheiro vivo para o ex-chefe do Executivo, conforme os investigadores.
As tentativas de vender as joias só foram paralisadas após o Estadão revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e Michelle Bolsonaro.