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Notícias | Região Colapso

Novo Hamburgo decreta situação de emergência na saúde

Novos atendimentos passarão por triagem na cidade

Publicado em: 23.11.2018 às 10:54 Última atualização: 23.11.2018 às 11:17

A saúde pública de Novo Hamburgo e região está em colapso. Após cerca de uma semana com o Hospital Municipal superlotado e a saída dos médicos cubanos, agora o que preocupa é a falta de recursos por parte do governo do Estado, que deve R$ 9 milhões à cidade, segundo a prefeita Fatima Daudt.

Em vídeo publicado no Facebook da Prefeitura na manhã desta sexta-feira (23), Fatima afirma que foi decretada situação de emergência na saúde. A medida atinge o hospital e todas as unidades de saúde (UBSs e USFs e UPAs). O documento, explica Fatima, tem respaldo jurídico do Ministério Público (MP). O decreto, segundo Fatima, foi criado depois que o governador José Ivo Sartori declarou que não haverá aporte do Estado até o fim do ano. 


A restrição nos atendimentos deve afetar, principalmente, pacientes em busca de novos atendimentos. A prefeita garante a realização de exames e cirurgias já agendadas. Novos atendimentos "passarão por triagem", antecipa. 

No vídeo, a prefeita Fatima Daudt diz que outras cidades da região já restringiram atendimentos, como é o caso de Canoas, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Montenegro.

São Leopoldo

Na quinta-feira, o Hospital Centenário anunciou que suspenderá as consultas e cirurgias eletivas. A decisão foi tomada também diante da falta de repasses do governo estadual, que já somam aproximadamente R$ 8 milhões, de acordo com a prefeitura. No total, serão suspensas 290 consultas e 170 cirurgias eletivas.

Segundo o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, a medida tem o objetivo de priorizar os recursos e insumos para garantir o atendimento de pacientes graves e com risco de morte. Assim, apenas os serviços de urgência e emergência serão mantidos, além de quatro exceções: Pediatria, UTI Neonatal, Centro Obstétrico e Maternidade.

Sapucaia do Sul

A Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), de Sapucaia do Sul, vai assumir os serviços terceirizados de regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a partir de 17 dezembro. O contrato no valor de R$ 422 mil por mês foi assinado nesta quarta-feira, na Secretaria da Saúde (SES). A Fundação será responsável pela contratação de 113 trabalhadores que vão exercer as seguintes funções: técnicos auxiliares de regulação médica, operadores de radiocomunicação, técnicos administrativos e de monitoramento, supervisores técnicos e supervisor geral.

Montenegro

No início do mês e pela terceira vez este ano, o Hospital Montenegro também suspende as consultas com especialistas, exames e as cirurgias eletivas. A unidade que atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mantém apenas os atendimentos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Emergência, Maternidade e a pacientes que já estão nas unidades de internação.

De acordo com o diretor administrativo, Carlos Batista da Silveira, montante que a casa de saúde tem a receber do Estado é de R$ 4.282.710,56. O valor é referente a agosto e setembro.

Caos também em Canoas

Em Canoas, a situação é periclitante em três hospitais da cidade. Hospital Universitário da Ulbra (HU), Hospital de Pronto-Socorro e o Hospital Nossa Senhora das Graças – as três instituições, juntas, são referência para 156 municípios do Estado – não atendem mais de forma eletiva desde a segunda-feira desta semana.

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) denunciou ao Ministério Público a situação encontrada em vistorias no HPSC e HU. A entidade avalia uma interdição ética no HPSC. Na última quarta-feira, o presidente do Cremers, Eduardo Trindade, se reuniu com o prefeito Luiz Carlos Busato e a secretária de Saúde, Rosa Groenwald. “Nos preocupa a falta de suprimentos. Evitamos ao máximo de interdição ética, porque assim a população não conseguiria atendimento”, explica Trindade que denomina a situação do hospital como caótica e com risco aos pacientes que estão em atendimento.

No final da próxima semana, reunião do Sindicato dos Enfermeiros do RS (Sergs) vai definir se haverá paralisação dos profissionais que atuam nos dois hospitais de Canoas. “Os trabalhadores não recebem vale-transporte e não conseguem trabalhar, além do atraso de salários e sem perspectivas de pagamentos de 13º salário, férias e FGTS”, enumera o presidente do sindicato, Estêvão Finger.

O que diz a SES

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou na manhã desta sexta-feira que busca alternativas para o atendimento em saúde nos municípios gaúchos e que faz um esforço para pagar até o fim do mês de novembro uma das parcelas dos incentivos estaduais. A assessoria informou que há duas parcelas em aberto e que as competências federais estão em dia. O total para Novo Hamburgo, conforme o Estado, é de aproximadamente 8 milhões e 280 mil reais.

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