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Descrição da foto: Aumento da movimentação nas praias é bom para quem busca trabalho durante o verão
Nos municípios de Tramandaí, Capão da Canoa, Imbé e Osório são 345 postos de trabalho abertos para a temporada 2018/2019, conforme a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS). Boa parte das empresas iniciou o período de contratações no mês passado, especialmente, para preparar os novos funcionários visando a prestação de atendimento qualificado a veranistas e turistas que optaram em descansar nas praias do Rio Grande do Sul até o mês de março. O artesão hamburguense Luiz Frederico Schmitt, 61 anos, busca o litoral há 30 anos para comercializar sua arte. Segundo ele, os ganhos são expressivos quando a movimentação se intensifica. "Eu fico até 15 de março, geralmente. Vendo bastante nesse período", afirma. Na próxima semana, já deve viajar para a praia de Torres, onde permanecerá na temporada.
A diretora do Departamento de Relações com o Mercado de Trabalho do Sistema Nacional de Empregos (Sine), Ana Rosa Fischer, enaltece que em um período de grande desemprego, as ocupações de três a quatro meses são fundamentais para movimentar a economia da região. "É um tipo de boa solução para todos", explica. Além disso, há um fluxo de empregadores que buscam o litoral, tanto no mercado formal, quanto informal, nesta fase do ano. "A grande maioria dos trabalhadores contratados são pessoas da própria região, mas observamos esta movimentação de pessoas, de outros locais para estas cidades, porque o foco está voltado para o litoral neste período", acrescenta.
Alta de 20%
Comparando com o mesmo período de 2017, os números reproduzem retração de 58,78% na geração de empregos temporários nestas quatro cidades. A agência do Sine, em Tramandaí, prevê uma alta de até 20% nos índices absolutos do ano, porque nos demais meses a queda foi ainda maior. "Estamos satisfeitos", afirma a coordenadora da unidade tramandaiense, Cíntia Campos. Situação semelhante vive o município de Imbé. O responsável pela agência do Sine, Elmar Störver, informa que a procura por empregos temporários aumentou nos últimos meses.
A movimentação nas praias do litoral norte são um incremento essencial na renda das famílias e, consequentemente, um reforço importantíssimo nos cofres das prefeituras. Em Osório, por exemplo, o número de pessoas nas praias da cidade representa aumento de dez a 12 vezes no total da população fixa, que salta de 2 para até 25 mil habitantes durante a alta temporada. "Somos beneficiados, também, com o turismo. Recebemos muitos visitantes no Morro da Borússia", afirma o prefeito Eduardo Aluísio Cardoso Abrahão. Ele cita, ainda, que a passagem de visitantes movimenta as vendas no comércio e demais setores produtivos.
Consequentemente, com o aumento da demanda e população, empresários e comerciantes precisam aumentar sua capacidade de atendimento ao público gerando novos postos de trabalho, mesmo que em períodos curtos, inferiores a meio ano. "As vagas temporárias são importantes, pois geram uma oportunidade de emprego para aquelas pessoas que encontram-se desempregadas. O verão traz consigo a maior movimentação econômica da cidade, em todos os sentidos, para todos os setores, levando em conta que durante o ano a população média é de 60 mil pessoas, número que triplica na alta temporada", explica o prefeito de Capão da Canoa e presidente da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte), Amauri Magnus Germano.
Ainda conforme a prefeitura, com base em números da Brigada Militar, 700 mil pessoas acompanharam a chegada do novo ano à beira da praia de Capão da Canoa.
Líder no quesito vagas abertas, Capão da Canoa disponta como um destino da mão de obra temporária disponível a trabalhadores que sonham retornar ao mercado ou, então, possuem a vontade de ganhar um dinheirinho extra durante o verão. Conforme números da FGTAS, a cidade concentrou maior número de oportunidades nos últimos dias. O vice-presidente da Câmara da Indústria Comércio e Serviços (Cics) de Capão da Canoa e Xangri-Lá, Idelmário Santos da Cruz, detalha que a maioria desses postos são voltados à gastronomia, que engloba restaurantes, lanchonetes e demais estabelecimentos comerciais.
"Como recebemos muitos visitantes, uma parte significativa acaba optando por fazer refeições fora", pondera Cruz. Além disso, outros grandes empregadores são as lojas de varejo, calçado e demais segmentos. "Isso é o que aumenta no verão, mas durante o ano outro grande empregador é a construção civil, porque há vários condomínios e obras em andamento na região, mas que param nesta época em virtude do veraneio para que as pessoas aproveitem e descansem", complementa o vice-presidente.
O vice-presidente da Cics de Capão da Canoa e Xangri-Lá, Idelmário Santos da Cruz, considera que de uma forma geral os empregadores e o público retomou a confiança após a eleição e isto possa explicar a criação das vagas temporárias no final deste ano, que apesar de menor comparativamente com o ano passado, pode representar um consumo mais intenso das famílias. "A troca de governo é um fator. Notamos que as pessoas estão pensando positivo", detalha.
