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Notícias | Região Polícia

Identificado casal que usava crianças em furtos na região

Imagens de câmeras auxiliaram a Polícia na investigação

Por CAROLINA ZENI
Publicado em: 04.12.2018 às 08:17

  • MERCADOS: casal agia com aparente tranquilidade
    Foto: fotos reprodução
  • SEQUÊNCIA: a menina volta depois de guardar os produtos
    Foto:
  • ESTACIONAMENTO: menina leva as sacolas até o veículo
    Foto:
Foi identificado pela Polícia Civil o casal que vinha usando crianças para cometer furtos em mercados na região. Inicialmente, o cálculo do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Vale do Sinos (Sindigêneros/Vale) era de que nos últimos 15 dias os ladrões tivessem furtado 11 estabelecimentos em Novo Hamburgo, Estância Velha, São Leopoldo e Portão. Outro caso teria sido registrado em Imbé, no litoral norte. O número aumentou para 15 mercados vítimas da ação. Nenhum dos dois têm antecedentes por esse tipo de crime.

O casal, ele com 28 e ela com 27 anos, agia da mesma forma: direcionavam uma menina de aproximadamente 9 anos para que saísse despercebida com sacolas de compras. Por vezes, outro menino de aproximadamente 4 anos participava da ação. Eles chegavam aos locais em um Chevrolet Corsa prata, ano 1995, emplacado em São Leopoldo.

Reconhecidos

Eles foram identificados ontem pelos agentes da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Novo Hamburgo com base nas imagens das câmeras de monitoramento dos mercados. De acordo com o delegado Tarcísio Kaltbach, vítimas reconheceram o casal como autores dos furtos. Uma das vítimas de São Leopoldo já fez o reconhecimento formal na polícia, mas outra da área da 1ª DP ficou receosa e preferiu não se envolver e consequentemente não registrar ocorrência. "Sabemos que esse casal cometeu outros furtos em outras áreas da 1ª DP, assim como de outras delegacias. Espera-se que as vítimas reconheçam os criminosos", acredita o delegado. Ainda segundo ele, a investigação já apurou que as crianças não são filhas da mulher.

Comerciantes estão mais tranquilos

O presidente do Sindigêneros/Vale, Juelcir Savanim, diz que os associados da categoria estão mais tranquilos. Ele também afirma que nunca tinha visto nada parecido na região. "É chocante saber que adultos treinavam as crianças para cometerem esses delitos. A menina era bem ágil, o que mostra que vinham fazendo isso há um bom tempo", observa.

Alerta

Ele foi vítima e alertou que associados ficassem alertas. Aos poucos, começaram a dar falta de alguns produtos. O prejuízo ficava em torno de 200 reais para cada ação. Os furtos aconteciam geralmente no final da tarde - horário de bastante movimento.

A Polícia ainda apura quem são os menores. "Estamos averiguando se são filhos do rapaz ou não", adianta o delegado. As crianças ainda não foram identificadas.

Furto qualificado e corrupção de menores

A mulher é natural de Novo Hamburgo e o homem de Alecrim. Ambos vivem no bairro Santo Afonso. Ainda não há mandado de prisão protocolado pelo Foro e, por isso, o Jornal NH não divulga os nomes dos suspeitos. Imagens também não são divulgadas para preservar a identidade das crianças. Eles serão acusados por furto qualificado em função da destreza das ações e corrupção de menores, previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sob a lei 8.069 de 1990. "Dependemos do Foro. Estamos com pedido de busca há dez dias. Vai levar mais uma semana para o escrivão formalizar os mandados. Talvez nem sejam presos, porque são delitos graves, mas não tão graves quanto outros. Mas vamos indiciar e mandar o inquérito paro o Foro", garante o delegado. Também há a possibilidade de serem presos em flagrante.

"Vai inibir a ação", diz delegado

O delegado se diz contente pela ação da Polícia. "Conseguimos identificar o casal e acreditamos que isso vá inibir esse tipo de ação. Quando entrarem nos estabelecimentos, já vamos direto mostrar as fotos para as vítimas", acredita. "Na medida em que forem identificados e difundidos na mídia, gera-se um efeito pedagógico, porque outras vítimas vão fazer o registro da ocorrência", complementa Tarcísio.

Saiba mais

- O casal passava os produtos no caixa, que eram ensacados. Na hora de pagar, a mesma estratégia era utilizada nas ações: o cartão de crédito não era aceito pela máquina.

- Encenadamente o casal se mostrava surpreso, pedia desculpas e dizia que voltaria depois com outro cartão ou dinheiro para buscar as compras, que ficavam em torno de 500 reais.

- Nesse meio tempo, a menina já havia separado os produtos - na maioria das vezes carnes, bebidas alcoólicas e produtos de limpeza - e os levava para fora, com ajuda do outro menino, em direção ao carro.

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