Foi em agosto do ano passado que a Justiça gaúcha proibiu o abate de 300 cervos do Pampas Safari. O pedido havia sido feito na época pela deputada Regina Becker Fortunati. O efeito suspensório não durou tanto quanto se imaginava e os 300 animais foram abatidos em uma ação tida como sigilosa em um abatedouro de Santa Maria do Herval. Foi confirmado que a operação ocorreu em um frigorífico entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro.
Segundo informações da Secretaria Estadual de Agricultura, existia a suspeita de que os animais estivessem com tuberculose. A reportagem tentou contatar o diretor-geral da Secretaria da Agricultura, Antônio Machado de Aguiar, para explicar as circunstâncias sobre o abate, porém não houve retorno.
Quem também não respondeu foi o advogado Everton Staub, cuja empresa em Gravataí cuida dos assuntos referentes ao parque há anos.
O descontrole na saúde dos animais do Pampas Safari provocou a interdição do local por agentes de saúde no ano de 2013. Desde então, o parque está fechado e restrito para visitações do público. A razão seria uma endemia de tuberculose dos animais. A situação no local se transformou em polêmica quando, em agosto do ano passado, uma decisão coletiva do Ibama, do Ministério Público Federal e das secretarias de Agricultura, Pecuária e Irrigação e do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável em sacrificar os 300 cervos que viviam no Pampas. Na época, o Ibama divulgou que a medida tinha como objetivo diminuir os riscos à saúde humana e aos animais nas imediações.
Ao que tudo indica, a morte dos cervos aconteceu de forma sistemática dentro do que é classificado como "abate humanitário", no qual se usa uma pistola de ar comprimido causando o abate instantâneo do animal.