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Notícias | Região Elivir Desiam

Autoridades comentam caso das mortes envolvendo ex-prefeito Toco

Caso é investigado pela Polícia Civil

Publicado em: 30.12.2018 às 08:33

Foto por: GES/Arquivo
Descrição da foto: Toco, Elivir Desiam, ex-prefeito Estância Velha
Pessoas próximas, ex-colegas de partido e até um familiar não conseguem entender o que pode ter acontecido no caso em que Elivir Desiam, o Toco, foi achado morto após supostamente ter cometido suicídio em Imbé, ontem, e suspeito de, horas antes, assassinar a namorada e futura esposa, Lúcia Bialoso Valença, 35 anos, em Estância Velha. Sua carreira política começou em 1996, quando foi eleito vereador pelo PT. Ao longo do mandato, chegou a ser presidente da Câmara de Vereadores, ano em que eliminou regalias, como viagens para congressos e carro oficial. A primeira gestão como prefeito foi alcançada com a eleição em 2000, dando fim à hegemonia de quase duas décadas do PMDB no Executivo do município.

A reeleição foi alcançada em 2004 com 80,91% dos votos válidos. Ainda nos anos 2000, foi presidente da Fenac, em Novo Hamburgo. Chegou a ser cotado como candidato a prefeito estanciense no ano de 2012, entretanto, não disputou ao pleito optando por dar continuidade ao projeto Fenac do Futuro. O anúncio da decisão de abandonar a vida pública aconteceu em julho de 2016, antes disso, já tinha pedido exoneração da Fenac. Em abril de 2017, saiu do PT e se filiou ao PTB, indo trabalhar no gabinete do deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB), que foi candidato a prefeito de Porto Alegre na eleição de 2016. Nas redes sociais, ontem, a prefeitura de Estância Velha emitiu nota de luto e declarou seu pesar pelas mortes da funcionária pública e do exprefeito. A prefeita, Ivete Grade, relata que a administração municipal ficou surpresa com a notícia. “Foi tudo uma surpresa. Eu lamento muito enquanto gestora ter acontecido. Lúcia era uma servidora do nosso município e o Toco foi prefeito e meu patrão. É lamentável”, declarou Ivete.

Consternação

Membro do mesmo partido que Toco, o vice-governador eleito e futuro secretário de Segurança delegado Ranolfo Vieira Jr (PTB) declarou que ficou consternado com a notícia. “Por tudo que ele representa politicamente, pelo jeito dele, pelo histórico político em Estância Velha. O episódio consternou a todos, mesmo que não se saiba ainda toda a oficialidade do caso”, disse. Ele afirma que a investigação do caso será tratada pelas autoridades policiais locais e descarta qualquer intervenção de sua parte assim que assumir a Segurança. Ranolfo afirma ainda que o ingresso de Toco no partido havia sido comemorada pelos membros do partido. A filiação do político estanciense junto ao PTB aconteceu em abril de 2017. Na ocasião, passou a trabalhar no gabinete do deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB).

"Não conversávamos mais", diz Tarcísio

O deputado estadual e ex-prefeito de Novo Hamburgo Tarcísio Zimmermann (PT) declara que Toco era dono de inteligência intuitiva muito grande, entretanto, tinha uma vida pessoal atribulada. “Acabava refletindo no comportamento político com idas e vindas que nunca foram justificadas. Ele era uma pessoa muito grande, mas não tinha um horizonte muito claro e acabou sendo vítima das suas contradições e vulnerabilidades”, disse. Zimmermann reconhece que ficou uma marca negativa nas relações pessoais entre ambos. “Não conversávamos mais. Um vínculo de confiança acabou com a ruptura dele com o partido. O Toco foi muito útil na administração, mas deixado à própria governança, se atrapalhava”, acrescentou. O desligamento de Toco da Fenac aconteceu por meio de pedido de exoneração do cargo com o objetivo de disputar a eleição como candidato a prefeito em Estância Velha.

"Difícil tentar entender por que ele fez isso"

O vereador estanciense Euclides Tisian, o Gringo (PT), que é tio de Toco, lamentou o fato do político não ser velado no município onde foi vereador e prefeito em duas oportunidades. “Ele foi uma pessoa de visão, muito querida no município, sem inimigos e que todo mundo cumprimentava e parava na rua. Tinha amigos por todo Rio Grande do Sul e nunca vi ele brigar com ninguém”, disse, emocionado, o familiar. Gringo ressalta que não tinha informações da intimidade e da vida particular do sobrinho. “É difícil tentar entender o por que ele fez isso”, acrescentou.

"Exigente na postura administrativa"

Membro da equipe da administração municipal de Estância Velha nos governos de Toco, o empresário Aldenir Martins, lembrou do ex-prefeito. “Somente exigente dentro de uma postura administrativa. Era sensato e determinado no que fazia. Estava ao lado dele de segunda a segunda. Jamais diria que ele pudesse fazer algo desse tipo (que está sendo apurado pela Polícia)”, declarou. Martins trabalhou no gabinete, à frente da Assistência Social do município e por um período como Secretário de Obras. Martins revela que, em momento algum, ouviu de Toco que a saída da Fenac estaria ligada à disputa para prefeito de Estância Velha. “Existia sim esse comentário na cidade. Eu deduzo que ele já pensava em concorrer a deputado costurando alianças. Conseguiu em torno de 25 mil votos”, analisou.

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