Mesmo com os baixos níveis dos rios na região, a Comusa - Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo e a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) descartam a possibilidade de desabastecimento de água neste verão. Desde o início dos dias mais quentes, o Rio dos Sinos, em Novo Hamburgo, registrou nesta quinta-feira (3) a sua menor medição, com 2,34 metros, às 9 horas. O comparativo pode ser feito com o dia 26 de dezembro do ano passado, quando o nível chegou em 3,98 metros. Porém, de acordo com a Comusa, os problemas só iniciariam bem abaixo dos 2 metros, o que não deve ocorrer, já que choveu ontem e as condições se mantêm estáveis nas últimas semanas.
A média, na captação, está permanecendo entre 2,3 e 2,4 metros. Por isso, a Comusa não trabalha com a possibilidade de racionamento. Com o início das chuvas, o nível deve voltar a subir e a situação novamente se normaliza. Em outro ponto do Rio dos Sinos, na Barrinha, em Campo Bom, a medição foi de 1,3 metro na manhã de ontem, sendo que em 1,15 metro é considerado o nível mínimo.
Paranhana e Caí
Na cidade de Taquara, a Defesa Civil destaca que a medição do Rio Paranhana está baixa, em torno de 80 centímetros, enquanto que o normal é de 1,5 metro. No mesmo rio, em Igrejinha, a situação é considerada regular, com o nível em 0,5 metro. O Rio Caí, em São Sebastião do Caí, está com 1,9 metro e a média habitual é de 2,2 metros. "Estamos monitorando e avaliando, mas os níveis ainda estão bons. Além disso, neste ano teremos um regime de chuvas frequentes, conforme as previsões. Então, a tendência é de não ocorrer o desabastecimento ou racionamento", descreve o diretor de operações da Corsan, Eduardo Carvalho.
Uma restrição operacional afetou a distribuição de água em Estância Velha na noite da última quarta-feira, 2. Durante cerca de 30 minutos, por volta das 19 horas, houve uma diminuição no abastecimento das economias. De acordo com Carvalho, o nível do reservatório baixou e os equipamentos ficaram com a capacidade reduzida para bombeamento, diminuindo automaticamente o seu funcionamento a partir da Estação Tratamento de Água (ETA) de Campo Bom. “Não houve o desabastecimento, o que aconteceu foi a diminuição provocada pela restrição nos aparelhos. Tivemos que recuperar os níveis para a utilização voltar ao normal”, frisa.
Contudo, o profissional destaca que a situação não deve se repetir neste verão. “Foi um conjunto de fatores que acabou levando a esse problema. Primeiro, foi um dia muito quente, de cerca de 40 graus na região, o que aumenta o consumo. Além disso, ocorreu a volta do feriadão, quando muitas pessoas aproveitam para colocar os seus serviços domésticos em dia”, acrescenta. Carvalho diz que há a capacidade para abastecer normalmente as cidades e que a questão foi pontual e temporária. Em relação aos dados de consumo, ele sublinha que houve um aumento nestas últimas semanas, segundo os níveis observados, contudo, as leituras ainda não estão disponíveis para confirmar a elevação.
Para evitar o desperdício de água, a Comusa está com uma campanha de uso racional neste verão. "A autarquia faz um apelo à comunidade, que evite lavar calçadas ou carros com água tratada e que revise o encanamento de sua residência em busca de vazamentos ocultos", comunica, em nota. Ao lavar a louça, escovar os dentes ou tomar banho, a instituição também destaca que cada morador pode contribuir e fazer a sua parte.