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Notícias | Região Estância Velha

Polícia aguarda provas técnicas para encerrar inquérito no Caso Toco

Com os indícios e depoimentos coletados, a principal linha de investigação adotada é a de feminicídio seguido de suicídio

Por Bianca Dilly
Publicado em: 05.01.2019 às 09:34

Foto por: Marco Júnior/GES-Especial
Descrição da foto: EXCLUSIVO: delegado Branco falou sobre detalhes da investigação durante entrevista
A investigação da Polícia Civil acerca das mortes do ex-prefeito de Estância Velha Elivir Desiam, o Toco, 57 anos, e de sua namorada, Lúcia Bialoso Valença, 35, pode estar se encaminhando para o fechamento. É isso o que destacou o delegado Fernando Pires Branco, responsável pelo caso, em entrevista exclusiva à TV Jornal NH, concedida à jornalista Bruna Weber, na tarde de sexta-feira (5).

O profissional ressalta que ainda aguarda o resultado das necropsias, perícias e exames laboratoriais, bem como a chegada de imagens de apoio, que possam contribuir com o encerramento do inquérito. Branco não deu um prazo para a conclusão das averiguações, mas afirmou que após ter todos estes elementos em mãos, deve divulgar o resultado do processo. O delegado acredita que isso não demore para ocorrer.

Com os indícios e depoimentos coletados, a principal linha de investigação adotada é a de feminicídio seguido de suicídio, e Toco é o principal suspeito do crime. Para confirmar a tese, Branco ressalta que está seguindo algumas etapas. "Foram pedidos exames laboratoriais, como o subungueal, das unhas de Lúcia. Ele serve para constatar se existe DNA humano embaixo delas, que possam indicar luta corporal ou qualquer outra situação. Além disso, estamos esperando as necropsias e uma série de procedimentos que foram solicitados", salienta.

O delegado também aguarda a chegada de vídeos que possam apresentar movimentações próximas às cenas dos delitos.

Perícia no carro não revela algo relevante


A perícia no Volkswagen Voyage de Toco, além dos celulares do ex-prefeito e da namorada, são mais elementos observados no inquérito. O carro não apresentou informações relevantes e os telefones ainda não foram localizados. "Embora o veículo tenha sido recolhido ao depósito ainda chaveado, o que é muito importante para a investigação, não foi encontrado nada de expressivo no seu interior. Nele, foi realizada a perícia papiloscópica, que coleta as impressões digitais, laudo que também aguardamos", pontua Branco. Nos telefones, o delegado frisa que já solicitou a quebra dos dados. "Se o telefone não está interceptado, não temos como recuperar ligações feitas, porque elas não ficam gravadas. Buscar o rastreamento para descobrir o posicionamento é uma possibilidade, dependendo dos dados que vierem nessa quebra", descreve.

Depoimentos


Além das evidências técnicas, os depoimentos de testemunhas ainda contribuem para o andamento do inquérito. O delegado pontua que os relatos da ex-mulher de Toco, Suely Cardoso Lopes, 64, do amigo do político, Maicon Schuh, e de familiares de Lúcia, estão auxiliando na elucidação do caso. "É importante destacar, principalmente, que os testemunhos de Suely e Schuh são semelhantes, congruentes, que apontam para o sentido do feminicídio e do suicídio. Eles também são coerentes com o que foi apurado. O que foi declarado, foi confirmado com outras evidências colhidas. A princípio, portanto, parecem indicar para o que ocorreu naquele dia", ressalta. Foi durante esse levantamento que começaram a surgir dúvidas sobre a situação da vida privada de Toco e Lúcia. "Os familiares dela afirmaram que a relação era boa, todavia, nós pudemos apurar, com base em outros depoimentos e provas colhidas, que esse relacionamento não era tão bom assim. Existiam alguns desentendimentos entre o casal, que podem ter levado ao cometimento do crime", comenta.

Entenda o caso


Por volta das 8h20 de sábado, minutos antes dos guarda-vidas da Guarita 130 assumirem o posto, veranistas pediram socorro porque visualizaram o corpo de uma pessoa no mar. Os guarda-vidas, então, aproximaram o corpo da areia, que estava desacordado, e acionaram o Samu, que levou Toco para o Posto de Saúde 24 horas de Imbé, onde foi constatado que estava sem vida. A ex-mulher Suely Lopes, 64 anos, foi até a unidade de saúde e fez o reconhecimento.

Toco havia chegado à praia de Mariluz por volta das 7h30 e ido à casa da ex-mulher, segundo depoimento dela, que mora no litoral há cinco anos, aproximadamente o mesmo período em que os dois estavam separados. Eles têm dois filhos.

No primeiro depoimento à Polícia, Suely relatou que Toco teria dito que havia feito "bobagem", que não "aguentava mais" e estava desesperado. Ele entregou para a ex-mulher, segundo ela relatou aos policiais, documentos, dinheiro e passou informações sobre os bens que tinha em seu nome.

Em seguida, saiu da residência e entrou no carro muito nervoso, sem que os familiares pudessem impedi-lo. Minutos depois, sempre de acordo com o depoimento dela, Toco telefonou para Suely e disse onde deixaria o veículo e anunciou que iria "resolver o problema". Ao fundo, ela ouvia o barulho do mar e a ligação foi encerrada.

Às 10h15, policiais arrombaram a casa onde o casal morava, na Avenida Sete de Setembro, no Centro de Estância, e encontraram o corpo de Lúcia. Estava coberto com tapete e lençol na cozinha. Também sobre o cadáver, estavam espalhados R$ 3 mil em dinheiro.

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