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Caso recente em São Leopoldo acende alerta para presença do escorpião amarelo

Em casos raros, picada da espécie pode até matar

Por Bianca Dilly
Publicado em: 08.01.2019 às 09:26

Foto por: Divulgação
Descrição da foto: PERIGOSO: em casos raros, picada da espécie pode até matar
O aumento de casos de escorpião amarelo tem preocupado moradores da região. Na última sexta-feira, São Leopoldo verificou a primeira presença do animal, com um adulto e dois filhotes encontrados no Loteamento Bom Fim, no bairro Santos Dumont. Antes disso, no final de novembro do ano passado, a localização de um escorpião preto, que é parecido com o amarelo, mas não tão tóxico quanto ele, já havia assustado a comunidade de Campo Bom. Porém, em Novo Hamburgo, o responsável pelo Setor de Imunização e Vigilância Epidemiológica, Edson da Silva, destaca que ainda não houve nenhuma notificação.

"Ele tem aparecido em vários municípios do Vale do Sinos, o que deixa a população alarmada. É um animal pequeno, de difícil visualização. Se for constatada a sua presença, as pessoas devem ter cuidado", ressalta. De acordo com Silva, o mais adequado é evitar manipular o escorpião e entrar em contato com o setor da Prefeitura, que tem profissionais capacitados para realizar essa remoção. "Nossa equipe também já consegue identificar se é o escorpião preto ou o amarelo, o que auxilia a evitar a sua proliferação", diz. Em Novo Hamburgo, o contato pode ser feito pelos números 3097-9412 ou 3097-9410.

NO ESTADO

Secretaria da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), reforça o alerta sobre a presença do escorpião amarelo. O animal não é nativo do Rio Grande do Sul, mas é visualizado no Estado desde 2001. A frequência aumentou este ano, sendo que oito cidades registram sua presença. Por ser uma espécie peçonhenta, a SES tem estoque de soro para o tratamento em todas as regiões do Rio Grande do Sul.

O primeiro registro de acidente com o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) ocorreu em 2001, em Porto Alegre. A partir de 2005, o artrópode voltou a ser visualizado na capital, assim como em Estância Velha e Uruguaiana. Em 2015, o Cevs implantou o Programa Estadual para Controle e Manejo dos Escorpiões. Depois disso, o escorpião foi identificado, entre 2016 e 2017, em Nova Bassano, Canoas e São Sebastião do Caí. Em 2018, aumentou o número de cidades onde ele foi encontrado. Além de Porto Alegre e Canoas, as ocorrências aconteceram em Três de Maio, Encruzilhada do Sul, Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande, Sapucaia do Sul, Gravataí.

Alerta em São Leopoldo

Após a visualização e captura de escorpiões amarelos no bairro Santos Dumont, em São Leopoldo, agentes de combate a endemias seguem o trabalho de orientação na área até fechar o raio de 150 metros. Na sexta-feira, foram visualizados e capturados mais um escorpião amarelo adulto e dois filhotes em uma residência no bairro.

Em caso de visualização do animal, a vigilância orienta evitar o contato, tentar fotografar o animal e comunicar imediatamente a localização para a Vigilância em Saúde através do telefone 3589-6556. Em caso de acidente, o paciente deve ser encaminhado ao Hospital Centenário que é referência para o atendimento e aplicação de soro.

Principais sintomas

A picada de escorpião, na maioria das vezes, causa poucos sintomas, como vermelhidão, inchaço e dor no local afetado, que dura de algumas horas até dois dias. Entretanto, alguns casos podem ser mais graves, causando sintomas generalizados, como enjoo, vômito, dor de cabeça, tontura, espasmo muscular, queda da pressão, suor, palidez, sonolência ou agitação. Em casos muito raros, a picada de escorpião pode causar arritmias e parada cardíaca, havendo risco de morte.

A Vigilância em Saúde distribui o soro nas 19 coordenadorias regionais de Saúde. São escolhidos hospitais de referência, para onde o paciente é encaminhado ou de onde o soro é enviado ao município de ocorrência, dependendo da situação. Também é enviado um quantitativo para as cidades onde é registrado um acidente ou que se identifique a presença do animal.

Cuidados

Os escorpiões têm hábitos noturnos, permanecendo escondidos durante o dia em locais úmidos e escuros. A principal medida para evitar a presença do animal é a limpeza periódica de terrenos, evitando o acúmulo de lixo e materiais de construção, pois esses são locais que podem atrair insetos, como baratas, que são sua principal fonte de alimento. Os escorpiões também podem entrar em residências pelas redes de esgoto. É orientada a vedação de ralos e caixas de gordura. Inseticidas ou outros venenos não têm eficácia comprovada contra a espécie.

Em caso de picada...

:: Lavar o local da picada com água e sabão

:: Manter o local da picada voltado para cima

:: Não cortar, furar ou apertar o local da picada

::Beber bastante água

:: Dirigir-se, imediatamente, ao serviço de saúde mais próximo

:: Para assistência a esses casos, o Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT) pode ser acionado tanto por profissionais de saúde que necessitam de orientação sobre sintomas, exames e tratamento, quanto pela população leiga para mais informações. O CIT atende 24 horas pelo telefone 0800-721-3000.

Características

O escorpião amarelo tem por característica pernas e cauda amarelo-claras e o tronco escuro. Tem comprimento de até 7 centímetros. O veneno é injetado por um ferrão na ponta da cauda. Sua reprodução pode ser por partenogenética, ou seja, a fêmea não precisa do macho para a fecundação, podendo gerar até 20 filhotes por vez. A distribuição geográfica do animal era restrita a Minas Gerais há pouco mais de uma década, contudo, hoje está presente na maioria das regiões do Brasil.

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