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Notícias | Região Solidariedade

Quando a amizade é forte, não há vento que derrube

Graças ao esforço de amigos, Maikel pôde voltar para casa nesta segunda, depois do temporal do dia 14 de dezembro

Por Daniel Stein Rohr
Publicado em: 08.01.2019 às 09:40

Foto por: Diego da Rosa/GES
Descrição da foto: Solidariedade: cada um ajudou o produtor musical como pôde
A tarde chegava ao fim naquela sexta-feira de forte abafamento no bairro Campina, quando o produtor musical Maikel Ivan de Azevedo, 40 anos, decidiu fazer uma pausa no trabalho para tomar um café. Era 14 de dezembro, e Maikel havia trabalhado durante todo o dia na produção de algumas músicas gravadas por uma cantora evangélica da comunidade. Ao chegar na cozinha da casa onde morava com a esposa, Dioneia Godoi de Azevedo, 34, o músico primeiro alimentou os dois cães, e depois sentou-se para fazer um sanduíche. Mas não houve tempo para mais nada. "Eu ouvi um estrondo, um pouco pra cima de onde eu tava sentado, e na hora não entendi. Quando eu olhei pra cima, começou a ficar tudo claro. E aí já começou a chover em cima de mim", recorda.

As lembranças do temporal ainda emocionam Azevedo, que viu, em cerca de dois minutos, o vento de 130 km/h - segundo o que a Defesa Civil relatou a ele - derrubar o segundo andar da casa construída ao longo dos últimos 20 anos. "Quando terminou o temporal, eu saí pra rua, e parecia um filme de terror. Todo mundo chorando, eu entrei em desespero", lembra. Com o segundo andar, onde ficavam os quartos e o escritório, destruído, móveis e eletrodomésticos perdidos e água praticamente até os joelhos dentro de casa, Maikel e a esposa não tiveram outra alternativa a não ser ocupar um espaço na garagem da casa da mãe de Dioneia.

Mutirão

Mais de três semanas se passaram, e o casal está prestes a voltar pra casa. Mas isso não seria possível sem um mutirão formado por amigos, parentes, colegas e conhecidos, que permitiram, cada um ajudando de uma maneira, a reconstrução do lar, ainda que de forma provisória. "No total, foram mais de 20 pessoas que me ajudaram, contando por cima. Naquela noite, eu fiquei até 3 horas da madrugada no Facebook, tentando encontrar alguém para me ajudar a desmanchar a casa. Depois disso, as coisas começaram a acontecer, cada um ajudando da sua maneira", agradece.

Gratidão aos amigos

Azevedo conta que as três últimas semanas foram de trabalho praticamente ininterrupto no local, mesmo com as festas de Natal e ano-novo. Depois de desmanchar o segundo andar da casa, que era de madeira, ele conseguiu ajuda para providenciar o telhado e cobrir o local. “Pouco a pouco, as coisas foram se ajeitando. Claro que não é o ideal, mas pelo menos a gente vai poder voltar pra cá. Eu só quero voltar. O resto, depois a gente vê”, diz. Para poder dormir no local, eles estão juntando a antiga lavanderia à antiga sala, num esforço para abrigar os móveis que conseguiram salvar durante o temporal. “Sem meus amigos, eu não teria como voltar pra cá, ou iria demorar bem mais. Por isso, eu sou grato a eles, e acho que a gente precisa sempre se ajudar”, conta.

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