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Notícias | Região Investigação

Novo depoimento indica que Toco premeditou morte de namorada e suicídio

Ex-prefeito resolveu pendências da mãe antes do crime

Por Silvio Milani
Publicado em: 09.01.2019 às 08:24

Foto por: Arquivo Pessoal
Descrição da foto: Toco e Lúcia estavam de casamento marcado para fim de janeiro
O mais novo depoimento à Polícia, na manhã desta terça-feira (8), indica que o ex-prefeito de Estância Velha Elivir Desiam, o Toco, 57 anos, estaria premeditando o suicídio e a morte da namorada, Lúcia Bialoso Valença, 35. A revelação é de uma prima do político, Rosmeri Marmitt. Ela relatou, por exemplo, que Toco foi ao lar de idosos onde vive a mãe, Matilde Ilse, 80, e entregou cartões bancários dela, com as senhas, para a dona do asilo. Pediu que administrasse o dinheiro da previdência em benefício da mãe. A parente não soube precisar quando aconteceu a última visita ao lar. Disse que foi "dias antes" da morte de Toco.

A prima falou mais. Revelou que o ex-prefeito também providenciou o pagamento do dízimo da mãe na igreja. E lembrou de uma frase intrigante. Ela conta que perguntou porque estava tomando essas providências, especialmente em relação ao dízimo, e Toco respondeu: "Tu vai saber". O delegado Fernando Pires Branco prefere não analisar a fundo o significado do depoimento. "Deixa a entender que estava preparando suicídio", resume ele.

Segundo a parente, Toco costumava visitá-la no fim da tarde para tomar chimarrão. No dia de Natal, segundo a testemunha, Toco a perguntou se ela se disporia a cuidar de Matilde. A prima respondeu que não, sob argumento de falta de tempo e de condições físicas. No dia seguinte, o ex-prefeito retornou à casa dela e a questionou de novo se cuidaria da mãe dele no lar de idosos. Propôs que, se aceitasse, deixaria com ela os cartões da previdência para bancar as despesas.

Foto por: Inézio Machado/INÉZIO MACHADO/GES
Descrição da foto: NO LITORAL: informações sobre últimos passos de Toco surgiram durante atos fúnebres em Imbé

Revelação foi no velório

A prima disse que ficou sabendo no velório de Toco, em Imbé, sobre as providências dele no lar de idosos de Estância Velha. "Ela relatou no depoimento que a própria dona do asilo a contou a respeito dos cartões e senhas", diz o delegado.

"Pressionado dos dois lados"

Segundo a parente, Toco estava visivelmente preocupado. "Pressionado dos dois lados, segundo a testemunha. Por parte da namorada e da ex-mulher, que não estaria aceitando o relacionamento", expõe Branco.

A prima contou que ficou sabendo há pouco tempo do namoro e comentou com Toco, que disse que a apresentaria depois da campanha a deputado estadual - ele ficou suplente pelo PTB. O ex-prefeito cumpriu a promessa. Ainda em outubro, foi com Lúcia à casa da parente para tomar chimarrão. "A testemunha afirmou que, depois disso, nunca mais a viu e nunca soube onde morava e trabalhava. Não sabia que vivia na mesma casa que Elivir", acrescenta o delegado.

Ligação a deputado vai na mesma linha

Conforme publicado pelo ABC Domingo de 30 de dezembro, no dia seguinte ao crime, Toco fez uma espécie de despedida ao deputado Mauricio Dziedricki no dia 28. “Eu estava em Uruguaiana quando ele ligou desejando um feliz ano-novo. Eu disse ‘não’, mas vamos conversar antes, tem a posse ainda. Quero te dar um abraço pessoalmente. E assim terminou a ligação”, revelou o parlamentar. A felicitação de ano-novo com tamanha antecedência intrigou o deputado, já que estava programado que se encontrariam pessoalmente nas solenidades de posse.

Entenda o caso

Toco teria estrangulado Lúcia na madrugada de 29 de dezembro na residência do casal, no Centro de Estânca Velha, e ido ao balneário Mariluz, em Imbé, onde mora a ex-mulher, Suely Cardoso Lopes, 64, com um dos dois filhos que tinha com ela.

Eram aproximadamente 7h30. O ex-prefeito teria confessado o crime a Suely e deixado caixas com documentos de interesse da família. Voltou ao carro e foi embora. Pouco depois, Telefonou para a ex e disse onde havia deixado o Voyage e que estava entrando no mar. Ele foi retirado do mar às 8h20 e a morte foi confirmada pouco depois no posto de saúde.

Às 10h15, policiais arrombaram a casa em Estância e encontraram o corpo de Lúcia na cozinha. coberto com tapete e lençol. Também sobre o cadáver, estavam espalhados R$ 3 mil em dinheiro.

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