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Notícias | Região Novo Hamburgo

Enfermeiro de Novo Hamburgo responderá inquérito por 'falso homicídio'

Profissional disse que se tratava de uma "brincadeira"

Por Felipe Nabinger
Publicado em: 14.01.2019 às 18:14 Última atualização: 15.01.2019 às 08:25

Foto por: Arquivo Pessoal
Descrição da foto: CARRO: Jeep Renegade teria sido furtado no estacionamento interno do Hospital Municipal
Um caso de um suposto furto de carro do estacionamento do Hospital Municipal ganhou desdobramentos com a notícia falsa de um homicídio divulgado pela própria vítima e que viralizou em grupos de troca de mensagens, segundo a Polícia Civil. A história conta com uma série de acontecimentos ainda imprecisos, que estão sendo investigados pela 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo.

Tudo iniciou quando um enfermeiro da instituição, de 39 anos, registrou uma ocorrência do furto do seu carro, um Jeep Renegade, com placas de Sapucaia do Sul, de dentro do estacionamento do hospital. Conforme o registro na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), feito às 7h46 da manhã de domingo (13), ao encerrar o turno, por volta das 6h30, ele percebeu que o carro não estava mais no local. O profissional contou aos policiais que deixou as chaves do veículo junto da carteira, aparelho celular e um carregador em um espaço destinado ao funcionários, que não fica chaveado, enquanto realizava um atendimento.

Ao retornar, percebeu que a chave não estava mais no local. Ainda segundo seu relato, o porteiro teria afirmado que o veículo deixou o hospital por volta da 1 hora e que pensava ser o proprietário ao volante, por isso não o conteve. Além do veículo, teriam sido levados alguns itens como documentos pessoais, cartões bancários, 150 reais em dinheiro, uma agenda, material de higiene e dois cobertores.

Grupos divulgaram homicídio que não aconteceu

A manhã desta segunda-feira (14) foi movimentada para as forças policiais de Novo Hamburgo e Sapucaia de Sul. Tudo porque desde a noite anterior circulava em grupos de aplicativos de troca de mensagem a informação de que o enfermeiro, que na suposta notícia tinha o primeiro nome revelado como "Marcelo", havia sido assassinado.

Conforme o relato, após ter o carro furtado e registrado a ocorrência, ele teria sido contatado pelos criminosos que exigiram 5 mil reais para devolver o veículo. Ainda segundo a notícia falsa, ele teria ido ao encontro dos bandidos no bairro Santo Afonso, sendo levado por eles até Sapucaia do Sul e assassinado com dois tiros no peito.

Uma foto com o enfermeiro caído no chão com supostos ferimentos acompanhava a mensagem, que chocou colegas de profissão. Amigos fizeram contato com a 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, cobrando providências, e também registraram contato com a Brigada Militar de Sapucaia do Sul.

No entanto, a própria vítima, no que classificou como "uma brincadeira", havia produzido a foto e a mensagem divulgada. Ele prestou esclarecimentos na manhã de hoje na 1ª DP.

Ele está vivo e não se deve pagar resgate

A delegada substituta da 1ª DP de Novo Hamburgo, Michelle Arigony, colheu o depoimento do enfermeiro. O telefone da suposta vítima, onde teria recebido ligações dos criminosos de um número restrito, foi apreendido para a investigação. Embora a apuração esteja em um estágio preliminar, onde não se possa descartar as hipóteses do próprio furto seguido de extorsão, a delegada antecipa que o enfermeiro pode responder a inquérito por falsa comunicação de crime, pelas mensagens propagadas.

"É importante destacar duas coisas. A primeira é que ele está vivo. A segunda é que a Polícia Civil orienta que não se negocie ou pague resgate por veículos. Deve-se procurar a delegacia e não se expor. Não há certeza de devolução e há riscos ao indivíduo", explica Arigony.

Contradição e sindicância

No depoimento, o enfermeiro manteve a versão do registro policial sobre o furto. Já quanto à falsa notícia de sua morte, reiterou ter sido uma brincadeira e se contradisse sobre quem teria tirado a fotografia. Primeiramente apontou outra pessoa, depois garantiu ter programado o temporizador do celular.

Foram solicitadas imagens de câmera de vigilância para a Fundação de Saúde de Novo Hamburgo (FSNH), responsável pela administração do hospital. O porteiro e outros funcionários da instituição serão chamados a depor. Por meio da assessoria de comunicação, a FSNH afirma que "será aberta sindicância, conforme preveem os trâmites administrativos e legais".

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