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Notícias | Região Susto

Artefato que explodiu no Guarani estava no porão de uma casa

Caso aconteceu no fim da manhã desta quarta-feira (16)

Por João VÍctor Torres
Publicado em: 17.01.2019 às 03:00

  • Bombeiros encontraram fragmentos do artefato
    Foto: Inézio Machado/ GES
  • Bombeiros encontraram fragmentos do artefato (detalhe)
    Foto: Inézio Machado/ GES
  • Bombeiros foram os primeiros a chegar no local da explosão
    Foto: Inézio Machado/ GES
  • Bombeiros foram os primeiros a chegar no local da explosão
    Foto: Inézio Machado/ GES
  • Fragmentos do artefato foram recolhidos pelo Gate
    Foto: Inézio Machado/ GES
  • BUSCAS: equipe do Gate fez uma varredura no terreno
    Foto: Inézio Machado/ GES
  • BUSCAS: equipe do Gate fez uma varredura no terreno
    Foto: Inézio Machado/ GES
  • EXÉRCITO: militares também foram até o endereço
    Foto: Inézio Machado/ GES

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Uma quarta-feira (16) nada comum para os moradores da Rua São Luiz Gonzaga, no bairro Guarani, em Novo Hamburgo. A rotina foi substituída por momentos de extrema tensão vividos ontem. A explosão em um terreno, cuja casa passava por desmanche, mobilizou o Corpo de Bombeiros. O local fica praticamente na esquina com a Rua Bento Gonçalves.

Pouco antes das 11 horas, a corporação recebeu um chamado informando suposta ocorrência de explosão por gás de cozinha. Chegando lá, verificaram que o caso era ainda mais grave. Ao controlar o fogo, bombeiros identificaram um projétil. O armamento bélico de 105 milímetros FJF teria sido fabricado na cidade de Juiz de Fora (MG). Com base nas evidências encontradas no material, não foi possível precisar se se tratava de uma munição pertencente às Forças Armadas.

Vídeo mostra momento exato da explosão 


O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Brigada Militar foi acionado e realizou uma varredura no terreno, mas não encontrou indícios de um segundo artefato no local. O objeto foi levado pela equipe do Gate para averiguação. A inspeção foi feita, porque vizinhos mais antigos informaram à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros, que um antigo proprietário do imóvel poderia ter outros itens semelhantes guardados.

Militares também foram ao local, e o Exército abrirá processo administrativo para verificar em que circunstâncias a munição chegou a Novo Hamburgo. General da reserva, o secretário municipal de Segurança, Roberto Jungthon, ao verificar as imagens, considera que o artefato seria uma granada de artilharia.

Vizinhos relatam momentos de angústia

A cozinheira Denoltides Almeida, 58 anos, estava em casa quando tudo aconteceu. Ela reside com demais parentes em um terreno que faz fundos com a área atingida pela explosão. Com os olhos carregados de lágrimas, chora ao relembrar por pouco não perdeu tudo aquilo que levou uma vida para construir.  “Quando olhei para cima, vi que o fogo estava começando a pegar meu telhado. Só deu tempo de gritar e pedir socorro”, comenta, ainda em estado de choque.

A dona de casa Ângela de Moraes Neves, 45, reside na casa ao lado da dona Denotildes. Ela ouviu os pedidos de ajuda e, imediatamente, pegou uma escada que estava escorada no muro. Subiu rapidamente os degraus e conteve as labaredas mesmo que de forma improvisada. “Estava escorada na porta. Bem perto. O fogo começou a subir e nem sei como fiz isso. Parecia que haviam dado um tiro aqui dentro de casa”, explicou Ângela.

Muro é atingido a 416 metros

Explosão bairro Guarani em Novo Hamburgo Parte do artefato voou do cruzamento das Ruas São Luiz Gonzaga e Bento Gonçalves, até uma residência da Rua Visconde de Macaé, no bairro Operário. O projétil atingiu uma distância de 416 metros. O analista de exportações Sandro Marcelo da Silveira, 43 anos, estava a menos de três de onde caiu a parte superior. Há relatos da explosão ter sido ouvida a cerca de 1 quilômetro de distância.

Três trabalhadores realizavam o desmanche da residência no instante da explosão. Apenas um foi atendido e liberado. Os demais apresentaram escoriações. "Não estou escutando quase nada. Só lembro de ter voado", diz o jardineiro Jonas da Silva, 23.

Prefeitura garante providências

A Administração Municipal participou das averiguações no local desde o início da tarde de ontem. Pouco mais de 2 horas após o incidente. A Defesa Civil foi deslocada para aferir se as residências no entorno haviam sofrido algum tipo de prejuízo em suas estruturas a partir da explosão. Segundo o órgão, nenhuma foi afetada. Além disso, outras medidas serão adotadas e esclarecimentos solicitados aos responsáveis pela obra em andamento no local.

“Por se tratar de uma demolição, envolvendo uma ocorrência de queimada de resíduos, fiscais da Secretaria do Meio Ambiente fizeram uma vistoria e solicitaram ao responsável pela obra que compareça nesta quinta-feira (17) para prestar esclarecimentos”, informou a assessoria de imprensa do Município.

Bombeiros detalham as causas da explosão

A corporação confirma, ainda, que realizou o combate a um incêndio na noite de terça-feira (16), neste mesmo endereço. Ou seja, na véspera do fato. A informação é confirmada por quem reside no entorno. “Eu mesmo disse para eles (que efetuavam o desmanche) para que parassem de colocar fogo, porque era perigoso e existiam outras casas próximas”, cita Rossatto, que mora em uma residência ao lado do local.

O comandante da 2ª Companhia do Batalhão dos Bombeiros Militar, o major Alexandre Sório Nunes, alerta que as queimadas são terminantemente proibidas e possuem riscos elevados, como nesse caso. “Nunca se sabe quem morou no local anteriormente. Nesse caso, a partir do que nos foi passado, uma pessoa que possa ter sido colecionadora e guardou esse material. Isso foi descoberto da pior maneira possível. Felizmente, não tivemos nenhuma vítima grave, porque isso (armamento) tinha uma potencialidade enorme”.

Três trabalhadores realizavam o desmanche da residência no instante em que o fato ocorreu. Apenas um teve ferimentos mais graves, mas foi atendido e liberado ainda no decorrer da quarta-feira. Os demais apresentaram apenas escoriações e relatavam problemas de audição. “Não estou escutando quase nada. O barulho foi muito forte. Só lembro de ter voado”, diz o jardineiro Jonas da Silva, 23.

Exército e Brigada Militar orientam moradores

As forças de segurança demonstraram intensa preocupação com o fato registrado em Novo Hamburgo. Apesar de raro, ressaltam que os riscos são iminentes caso esse tipo de armamento não seja manuseado de forma adequada ou esteja exposto a condições adversas. O comandante do 16º GAC ressalta que, se algum cidadão identificar munições dessa natureza em algum local, comuniquem imediatamente a corporação.

“Não se pode ter esse tipo de armamento em casa. Qualquer pessoa pode entrar em contato com o Exército, nós recolhemos esse material justamente para que não aconteçam situações como essas”, explica Grala.

A própria Brigada Militar, que deslocou o Gate até o local, ressalta que mesmo após a retomada dos trabalhos e das verificações realizadas, o cuidado na área deverá ser permanente. “A orientação que nós passamos à comunidade, após a retomada da demolição, é que caso encontrem qualquer indício de um novo artefato, que interrompam o serviço e acionem imediatamente a BM”, ressalta a capitã Bibiana Beck, supervisora do Comando de Polícia Ostensiva do Vale do Sinos.

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