Mulher é presa por simular o próprio sequestro

Uma mulher foi presa na manhã de ontem, em Novo Hamburgo, acusada de simular o próprio sequestro. A suposta vítima, que não teve identidade e idade divulgadas pela Polícia Civil, teria sido sequestrada por volta do meio-dia de segunda-feira, no bairro Águas Claras, em Viamão. Às 20h44 do mesmo dia, o marido, empresário na cidade da região metropolitana, recebeu contato através de mensagens de celular, pedindo a quantia de R$ 300 mil para o resgate da esposa.

Desde então, a 1ª Delegacia de Repreensão a Roubos do Departamento Estadual de Investigação Criminal (1ª DR/Deic) realizou diligências que levaram a descobrir que a vítima de sequestro estaria, na verdade, envolvida no crime. “Após diversas diligências, foi descoberto que a vítima do sequestro, na verdade, estaria participando de uma associação criminosa com vistas a enganar o marido e auferir vantagem indevida", afirmou o delegado da 1ª DR/Deic, João Paulo de Abreu, responsável pela prisão.

A falsa vítima do sequestro foi encontrada e presa no bairro Rondônia, em um posto de combustíveis, nas proximidades de um motel. "Ela foi localizada na cidade de Novo Hamburgo, após uma teatral libertação de seu local de cativeiro”, revelou o delegado. A mulher foi autuada pelos crimes de estelionato, organização criminosa e falsa comunicação de crime.

Por enquanto, não foram detidos cúmplices no crime, mas a Polícia Civil segue as investigações e acredita da participação de pelo menos mais duas pessoas. Conforme o delegado João Paulo, a esposa não tem familiares ou qualquer ligação conhecida com o município de Novo Hamburgo. 

Mensagem falava de gravidez também falsa

Nas mensagens enviadas ao empresário de Viamão, os supostos sequestradores afirmavam que a mulher estava bem cuidada e que sabiam que ela estava grávida, o que não era verdade. Além disso, eles revelavam que o alvo seria a mãe do homem e não a esposa. O prazo dado para que ele obtivesse a quantia de R$ 300 mil, definida como valor do resgate, era de 48 horas.

Segundo a investigação da 1ª DR/Deic, o cativeiro da falsa vítima era um motel em Viamão, mas os comparsas teriam descoberto que a polícia desconfiava da veracidade do sequestro. Então a mulher foi trazida para Novo Hamburgo com a orientação de entregar-se à polícia.

Ela foi deixada em frente ao motel e, em um posto de combustíveis, simulou pedir ajuda. Ela foi detida e, já na delegacia, confessou que o sequestro havia sido forjado, sem revelar o motivo pelo qual solicitou o valor do resgate e o que pretendia fazer com o dinheiro.

Diretor do Deic ressalta investigação

O diretor do Deic, Delegado Sander Ribas Cajal, reforçou a importância da Polícia Civil atender de forma diferenciada os casos de extorsão mediante sequestro, quando há o pedido de resgate. “Ainda que não tenha se enfrentado o caso tradicional, o resultado obtido pela equipe da delegacia especializada foi extremamente positivo", afirmou. Para Cajal, "as metodologias de investigação empregadas estão sendo suficientes a descobrir autoria dos fatos e, no caso, o crime de estelionato”.

Outro falso crime na semana

Nesta semana, outro caso de falso crime chegou à Polícia Civil. Um enfermeiro de Novo Hamburgo teria forjado a própria morte após ter o carro furtado de dentro do estacionamento do Hospital Municipal. Conforme o relato divulgado em grupos de whatsapp, após ter o carro furtado e registrado a ocorrência, ele teria sido contatado pelos criminosos que exigiram 5 mil reais para devolver o veículo.

Ainda segundo a notícia falsa, ele teria ido ao encontro dos bandidos no bairro Santo Afonso, sendo levado por eles até Sapucaia do Sul e assassinado com dois tiros no peito. Uma foto com o enfermeiro caído no chão com supostos ferimentos acompanhava a mensagem, que chocou colegas de profissão. O veículo já foi recuperado e caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia.