Com o objetivo de cursar Medicina Veterinária em uma universidade federal, o revisor de calçados Cláudio Adriano Hahner Bones, 21 anos, iniciou os estudos em fevereiro de 2018. Quase um ano depois, o parobeense reúne a documentação para iniciar as aulas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O futuro acadêmico já havia feito provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e de concursos públicos, mas foi a primeira tentativa em um vestibular.
"Foi meu primeiro vestibular. Resolvi fazer depois que descobri a vontade de cursar Veterinária e optei pela universidade federal por ser um desafio e também porque não tinha como pagar faculdade particular. E é uma alegria estar na segunda melhor universidade do País", conta Cláudio, que sempre teve contato com animais e busca se realizar profissionalmente.
"Tinha vontade de estudar História, Filosofia e Sociologia, mas não me via trabalhando com isso. Agora encontrei algo que, além do conhecimento, vai me trazer satisfação profissional. Desde pequeno sempre tive pets em casa, tenho tios com chácara, sempre gostei de lidar com bichos", diz.
Rotina puxada
Cláudio se formou no ensino médio em 2015 no Colégio Estadual João Mosmann, em Parobé. No ano passado, ele intensificou a rotina de estudos e teve na Internet a grande aliada para a aprovação no vestibular. "Eu trabalho até as 17h30. Então, chegava do serviço, tomava um chimarrão com minha mãe e já começava a estudar, geralmente ia até as 23 horas. Usei alguns livros que amigos me emprestaram e paguei um curso on-line que fornecia material didático e correção de redações. E um dia era para o lazer", explica Bones.
Embora as aulas nem tenham começado, ele já sabe como quer exercer a profissão após a formatura da graduação. "Tenho vontade de trabalhar com animais de campo, como vaca, cavalo e bois. E no futuro quero continuar estudando. Queria também estudar Biologia, fazer uma pós-graduação e de repente fazer curso também de Filosofia e História", relata.
E para aqueles que também tem o sonho de cursar uma universidade federal, o morador de Parobé tem a dica. "Se dediquem. Estudar, às vezes, é difícil, ainda mais conciliar trabalho e estudo. Mas se houver planejamento, é possível".
O revisor confessa que nem sempre foi estudioso. "Na escola eu era mais da turma da bagunça. Mas eu tive alguns professores do ensino médio que me fizeram pegar gosto pelo estudo. Hoje agradeço muito os que me fizeram entender a importância de me dedicar", afirma. E o apoio da família também fez toda a diferença. "Minha mãe está muito feliz, ela me apoiou bastante e me cobrava quando via que eu não estudava o suficiente", lembra o parobeense.