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Notícias | Região De saída?

Prefeito Marco Alba e governador Eduardo Leite terão reunião com a GM em São Paulo

Encontro acontecerá na quarta-feira; nesta segunda, o chefe do Executivo participou de reunião em Gravataí

Por Diléa Fronza
Publicado em: 29.01.2019 às 07:40 Última atualização: 29.01.2019 às 07:42

Foto por: Play Press Assessoria
Descrição da foto: O mais vendido é fabricado em Gravataí o Onix, carro mais vendido do Brasil em 2018, num total de 389,5 mil veículos, o que corresponde a 15% do mercado
O segundo encontro entre General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) aconteceu no início da manhã da última segunda-feira (28). Desta vez, o encontro contou com a presença do prefeito Marco Alba e do procurador-geral do município Jean Torman. A GM entregou ao sindicato uma lista de medidas. Entre os 21 pontos que são discutidos, de acordo com o Sinmgra, uma boa parte mexe nos direitos adquiridos pelos funcionários e implicarão em perdas salariais e de benefícios. Entre as alterações estão previstas mudanças como implantação de trabalho intermitente, redução de ganhos em plano de participação de resultados, terceirização de atividades e parcelamento de férias, entre outros.

A montadora quer avançar no período de 10 dias com os ajustes e sinaliza que se não forem feitas as mudanças serão revistos investimentos anunciados na planta gaúcha. A reunião, realizada em videoconferência, contou com a participação do presidente da GM no Mercosul, Carlos Zarlenga, e do vice-presidente para o Brasil, Marcos Munhoz. Após o encontro, representantes do Sinmgra e o prefeito Marco Alba falaram com a imprensa. A GM, por nota, disse que não irá se manifestar.

Alba não acredita em fechamento

Foto por: Divulgação
Descrição da foto: Marco Alba
O prefeito Marco Alba conta como foi o encontro. “Eles apresentaram uma avaliação daquilo que vem sendo divulgado há cerca de dez dias. Disseram que a planta de Gravataí é uma fábrica que dá resultados, mas que num contexto geral, a produção na América Latina e está abaixo do esperado, por isso, não adianta Gravataí ir bem e as demais fábricas não”, explica.

Diante de tudo o que vem acontecendo, a montadora quer abrir diálogo com os governos municipal, estadual e federal. “Segundo eles, 45% do custo de um automóvel está ligado à carga tributária. Por isso, a montadora quer dialogar com os governos, com as concessionárias, fornecedores e também os trabalhadores para que, juntos, encontrem uma saída que seja boa para todos”, acrescenta. Questionado se acredita no fechamento da fábrica em Gravataí, Alba diz que não. “Fechamento, não, mas se não houver um acordo razoável que possa melhorar os resultados na América Latina haverá, sim, uma mudança e um plano de investimentos da empresa que afetará Gravataí, principalmente com fechamento de turno, demissão de funcionários e isso para nós é muito ruim. O fechamento de turnos e o emprego dos funcionários afeta na sua renda e isso atinge diretamente a economia local”, garante.

O prefeito e o procurador-geral embarcam na noite de hoje para São Paulo. Na quarta-feira, acompanhado do governador Eduardo Leite, Marco Alba terá uma reunião com a diretoria da montadora. “Queremos ver quais são as propostas que eles têm para os governos. Acredito que, no que tange ao município, será algo relacionado ao ISSQN. Depois do encontro, tudo que for dito será avaliado, mas é importante destacar que somos o menor ente federativo e esta não será uma decisão fácil. Vamos avaliar e ver o que será de nossa responsabilidade, assim como a do Estado e a do Governo Federal. É importante evitar que a nossa economia local seja pouco afetada”.

Sindicato promete manifestação nesta terça

Foto por: Play Press Assessoria
Descrição da foto: Valcir Ascari presidente do Sinmgra vê com preocupação as propostas da GM
São 20 os pontos discutidos entre a GM e os trabalhadores. Entre as alterações estão previstas mudanças como implantação de trabalho intermitente, redução de ganhos em plano de participação de resultados, terceirização de atividades, parcelamento de férias, entre outros.

“Eles foram muito claros dizendo que se em dez dias não obtiverem o que querem, cortarão investimentos. Porém, os trabalhadores não podem pagar a conta porque eles querem lucrar mais. O trabalho intermitente, por exemplo, não vamos admitir porque, logo, muitos receberão um salário-mínimo. Se já está difícil, hoje, imagina com essa ideia. Outro item é que temos 40 horas semanais que conquistamos com muito esforço e não abriremos mão”, afirmou o diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), Valcir Ascari.

Entre as preocupações está a situação econômica do município que tem na operação do complexo automotivo uma importante fonte de renda. “Não é só a indústria que perde. Quando a indústria para, os outros setores estão na UTI. Só haverá consumo na cidade se os trabalhadores da indústria estiverem bem. Essa é uma pauta de toda a sociedade. Não adianta os patrões tentarem reduzir custos a qualquer preço”, completou Ascari.
A montadora do Rio Grande do Sul abriga a produção do modelo Onix, atualmente o mais vendido do país. Foram 389,5 mil veículos comercializados em 2018, o que representa aproximadamente 15% da fatia de mercado. Diante do que foi apresentado, principalmente no que diz respeito à retirada de direitos, os trabalhadores realizarão nesta terça (29) uma manifestação. O protesto será realizado a partir das 5h30min no portão de acesso à fábrica pela RS 030.

As propostas em discussão

Formalização de Acordo Coletivo de longo prazo (2 anos) renováveis por mais dois anos.
Negociação de valor fixo e substituição de aumento salarial para empregados horista e congelamento ou redução da meritocracia para mensalistas.
Negociação de Participação nos Resultados com revisão de regras de aplicação, prevalência da proporcionalidade, transição para aplicação de equivalência salarial e inclusão de produtividade.
Participação dos Resultados por três anos sendo zero no 1º ano, 50% no 2º ano e 100% no 3º ano. 5. Suspensão das contribuições da GMB por 12 meses de Previdência
Implementação de Trabalho Intermitente por Acordo Coletivo e Individual
Terceirização de Atividades Meio e Fim
Jornada de Trabalho de 44 horas semanais para novas contratações
Piso Salarial de R$ 1.300,00
Redução do período de complementação auxílio previdenciário para 60 dias para um evento no ano.
Renovação de Acordos de Flexibilidade
Rescisão no Curso de Afastamento d para empregos com tempo para aposentadoria
Desconsideração de Horas Extraordinárias
Trabalho em Regime de Tempo Parcial
Jornada Especial de Trabalho (12/36 horas)
Ajuste na Cláusula de Férias com parcelamento previsto em Lei
Regramento do Contrato de Trabalho Intermitente
Implicabilidade de Isonomia Salarial acima dos 48 meses para grade nova
Cláusula regrando a adoção do Termo de Quitação Anual de Obrigações Trabalhistas
Congelamento de Política de Progressão Salarial horista por 12 meses

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