Dos oito denunciados pela morte do médico hamburguense Marco Antonio Becker, em Porto Alegre no ano de 2008, quatro irão a Júri Popular. A decisão do juiz da 11ª Vara Federal do Rio Grande do Sul, Roberto Schaan Ferreira, foi pronunciada na tarde da última terça-feira (29). O magistrado entendeu, depois de analisar todo o conjunto de provas anexado aos autos, haver provas de materialidade e indicativos de autoria ou participação suficientes para levar julgamento quatro réus pelo crime de homicídio qualificado.
Vão ser julgados o ex-médico andrologista Bayard Ollé Fischer Santos, que é descrito como o mandante do crime, o traficante Juraci Oliveira da Silva, o Jura, que mesmo preso teria ordenado o assassinato após combinar com Bayard, o ex-assistente do médico Moisés Gugel, apontado como a pessoa que forneceu aos criminosos a agenda de Becker, bem como informações sobre sua rotina, e Michael Noroaldo Garcia Câmara, o Tôxa, o executor do crime, conforme apontam as provas.
A Justiça entendeu que não haveria indícios de autoria ou materialidade suficientes. Os quatro réus que irão a Júri Popular, ainda sem data definida, poderão aguardar o julgamento em liberdade. Ainda cabe recurso da decisão junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
No dia 4 de dezembro de 2008, o médico Marco Antônio Becker, ex-vereador de Novo Hamburgo, onde também esteve à frente do Hospital da Visão e mantinha um consultório, foi atingido por disparados por um dos dois homens em uma motocicleta. Os disparos provocaram lesões que o levaram à morte por hemorragia interna. O crime aconteceu na Rua Ramiro Barcelos, em Porto Alegre, por volta das 22 horas.
O homicídio teria sido motivado pela atuação de Becker junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) do qual era vice-presidente e a sua suposta influência no Conselho Federal de Medicina. Conforme a sentença, Bayard encomendou a morte de Becker com objetivo de eliminar essa influência contrária aos seus interesses diante da “perseguição” de que julgava ser alvo. Bayard passou por um julgamento no Conselho no dia 11 de dezembro de 2008 e teve seu registro cassado.