Depois de mais de seis anos sem crimes graves registrados, a pacata Salvador do Sul, com menos de 8 mil habitantes, no Vale do Caí, registrou o assalto a mão armada com funcionárias de uma joalheria, no Centro, e uma cliente sendo rendidas sob a mira de pistolas. Por volta das 9h50 desta quinta-feira (31), dois homens armados realizaram uma ação criminosa visando o roubo de itens em ouro.
Um deles entrou no estabelecimento se passando por cliente. Ele pediu para ver melindrosas, pulseiras de ouro para crianças que podem ter nomes gravados. Quando a funcionária que o atendia abaixou para pegar as jóias, um comparsa entrou no local e o assalto foi anunciado.
Eles amarraram as mãos da proprietária, de 56 anos, da nora de 30 e de uma funcionária de 19 anos. Além disso, uma cliente também teve as mãos imobilizadas. As quatro foram levadas para a cozinha da loja, enquanto os bandidos voltaram para o local onde ficam os expositores ameaçando a filha da dona, de 31 anos, que foi obrigada a dar acesso às joias.
Apesar do comercio vender também relógios e outros produtos, os bandidos visaram apenas as joias de ouro. Eles levaram também três aparelhos de telefone celular das vítimas e um quarto pertencente à loja. Depois de coletar as peças, eles levaram a filha da proprietária também para a cozinha e fugiram em um Fiat Linea em direção ao pórtico sul do município. Ninguém ficou ferido.
Em contato com a reportagem a nora da proprietária da joalheria, que trabalha no local e atendeu o criminoso que se passava por cliente, de 30 anos, relatou os momentos de tensão vividos na manhã de ontem. A mulher, que não quis se identificar, contou que um dos criminosos havia estado no local dias antes.
"Lembrei dele pois há alguns dias ele veio e pediu para ver as melindrosas. Hoje pediu para ver as mesmas joias", relata. Moradora de Garibaldi, assim como a cunhada que também trabalha na loja, ela diz que não conhece bem os moradores do município, mas que acredita que não sejam de Salvador do Sul.
Ela conta que toda a ação durou menos de cinco minutos. "A gente nunca espera passar por isso. Foi tudo tão rápido. Só queria que terminasse logo", disse a vítima, que pediu para não ter o nome divulgado.
Há quase seis anos e meio, em 2 de agosto de 2012, a tranquilidade do município havia sido abalada pela última vez na lembrança de moradores. Por volta das 6h30, criminosos fizeram reféns um gerente do banco Sicredi, a esposa, o filho e a empregada do bancário. Um dos homens seguiu com o trio para o município de Montenegro enquanto o gerente foi conduzido por dois dos bandidos até a agência onde efetuaram um assalto. Após o roubo os dois suspeitos telefonaram para o homem que fazia os familiares reféns e ordenaram a libertação.
Conforme o levantamento das responsáveis pelo comércio de jóias, foram levados pelos criminosos 598 itens, entre anéis, pingentes, brincos, correntes, pulseiras e tornozeleiras. A loja optou em não divulgar o valor total roubado em mercadorias.
Desde a fuga dos criminosos, a Brigada Militar e policiais da Delegacia de Polícia concentraram esforços e iniciaram diligências para encontrar a dupla. Imagens da câmera de segurança, que flagraram toda a ação, incluindo a fuga, estão sendo usadas para a identificação dos assaltantes e do veículo usado. A investigação está a cargo do delegado Paulo Ricardo Costa, responsável pela delegacia do município.