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Notícias | Região Ao trabalho

Os seis nomes da região na Câmara Federal

ABC Domingo ouviu os parlamentares que falaram de suas propostas de trabalho e suas expectativas para os próximos quatro anos no Congresso

Publicado em: 03.02.2019 às 09:53 Última atualização: 03.02.2019 às 10:07

Foto por: Câmara dos Deputados
Descrição da foto: Cerimônia de posse dos Deputados Federais da 56º legislatura, no dia 1º de fevereiro
Seis políticos da região estão entre os 31 políticos gaúchos eleitos em outubro passado para ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília: Marcel van Hattem (Novo), Dionilso Marcon (PT), Lucas Redecker (PSDB), Alceu Moreira (MDB), Giovani Feltes (MDB) e Nereu Crispim (PSL) somaram juntos um total de 812.668 votos em todo território gaúcho. De acordo com o cientista político e professor de Relações Internacionais e Jornalismo da Unisinos, Bruno Lima Rocha, existe toda uma expectativa sobre o Partido Social Liberal (PSL), dono da segunda maior bancada com 52 deputados. O PT, com 56 deputados, é dono da bancada mais numerosa. “A bancada gaúcha não teve grandes modificações e ela perde muito na disputa com Santa Catarina e Paraná. Os principais temas que devem ser debatidos são a recuperação fiscal, a Lei Kandir, a Ponte do Guaíba e o fim da guerra fiscal”, opinou. Os eleitores da região aguardam o desempenho dos candidatos eleitos em Brasília na Câmara dos Deputados. O pleito de outubro passado consagrou Van Hattem, agora pelo Novo, como um recordista de votos. Marcon, o assentado de Nova Santa Rita que deve ter a agricultura familiar como uma de suas bandeiras, além de causas sociais, emplacou mais uma reeleição. O hamburguense Lucas Redecker, importante braço no sucesso do governador Eduardo Leite, segue os passos do pai, Júlio Redecker, morto em acidente aéreo em 2007, e começa sua trajetória na Câmara Federal. O filho de Osório e presidente estadual do MDB e da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira, conquistou sua segunda reeleição. E seu correligionário Giovani Feltes, ex-prefeito de Campo Bom e que até o ano passado esteve à frente da Fazenda do Estado, retorna ao Congresso após garantir sua primeira reeleição. Nereu Crispim, ex-empresário que reside em Canoas, é um novato na política e fechado com as ideias do presidente Jair Bolsonaro.

Alceu Moreira (MDB)

Alceu Moreira, deputado federal pelo MDB O deputado Alceu Moreira, de 64 anos, natural de Osório, afirma que pretende usar toda sua experiência adquirida nos seus últimos dois mandatos. “Estou indo com uma bagagem maior para o terceiro mandato e existem pautas remanescentes que quero levar. Como presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária trabalho muito a agricultura, sem deixar de lado todas as outras áreas”, afirma o político reeleito com 100.341 votos. O presidente Estadual do MDB optou essa semana pela retirada da candidatura à Presidencia da Câmara. “Em meu gabinete estão mais de 60 projetos, desde lei até pautas referentes a BR-116, demandas na área de tecnologia no Vale do Sinos e Paranhana, investimentos na área pública para mobilizar a economia e outras pautas pontuais que vão aparecendo no dia a dia”, declara. O emedebista reforça que fica a disposição de prefeitos e vereadores em busca de emendas parlamentares. “Tenho boa ligação com o governo Bolsonaro e entendo que faz muito bem essa nova forma de diálogo, o que exige uma reestruturação dos partidos que tem sua liberdade de escolher diretores mais qualificados”, pontua.

Dionilso Marcon (PT)

Deputado federal Dionilso Marcon (PT) O deputado Dionilso Marcon, de 54 anos, que começa a sua terceira legislatura não poupou críticas a Presidência da República. “Começa o mandato de um Governo Federal eleito pelo ódio, sem propostas, apagando os direitos dos trabalhadores, índios, sem terras e onde mulheres tem salários menores que os homens”, declara assegurando que vai fazer cobranças quanto a programas sociais, investimentos, educação, saúde e emprego. Com domicílio eleitoral em Canoas, Marcon que recebeu 122.838 votos em outubro, ganhou destaque junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e está hoje no assentamento Capela, em Nova Santa Rita. O político entende que a pauta do presidente nos primeiros 30 dias tem sido a Reforma da Previdência. “Vou votar contra, por que ele não mexe em setores onde deveria, como Judiciário e Militar. Mas realiza mudanças na camada mais baixa, prejudicando o trabalhador”, complementa. Outra preocupação do parlamentar, é quanto ao perfil de novos deputados eleitos. “Metade do Congresso será novo e a maioria deles tem um perfil conservador de direita. Não sei se haverá diálogo por parte deles. A maioria deles foi na carona do Bolsonaro e não tem nenhuma história de movimento popular ou sindical”, aponta.

Giovani Feltes (MDB)

Divulgação Giovani Feltes, 61 anos, que será deputado federal pela segunda vez, demonstra otimismo com o futuro econômico do País. “O Brasil vai crescer com as medidas mais acertadas que devem facilitar o crescimento e que serão aprovadas pelo Congresso. O Governo Federal também precisa apresentar as propostas da Reforma Previdenciária e Tributária”, avalia o ex-prefeito de Campo Bom e ex-secretário de Fazenda do Estado eleito com 93.088 votos. Feltes entende ainda que o presidente Jair Bolsonaro precisa fazer o tema de casa com as questões pelo qual ele se comprometeu durante as eleições. “A redução da máquina do Estado, os processos de privatização, a transparência na gestão, entre outros compromissos assumidos”, aponta. O político acredita que a mudança quanto à negociação com partidos não deve ficar limitada ao primeiro escalão. “Devem ser levadas as bancadas e líderes políticos”, disse, sugerindo que medidas duras no quesito eleitoral também devem ser tomadas. Feltes foi eleito prefeito de Campo Bom em três oportunidades, em 1988, 2000 e 2004. Ainda ocupou vaga de vereador por duas vezes. Em três oportunidades, conquistou vaga como deputado estadual: em 1994, 1998 e 2010. Ele foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2014, com 151.406.

Lucas Redecker (PSDB)

Lucas Redecker Lucas Redecker, de 37 anos, revela que está com uma boa expectativa de trabalho quanto ao novo Congresso. “Teve um percentual de renovação grande e se espera um novo perfil, aberto ao diálogo, da mesma forma aberta aos encaminhamentos necessários que o Brasil necessita”, declara. O político hamburguense que já trabalhou no começo do ano como coordenador geral de transição da equipe do governador Eduardo Leite considera positivo o fato do presidente eleito afirmar que não negocia com partidos, mas sim com lideres das bancadas. “Acho bom que não tenha a negociação para beneficiar partidos. A conversação tem que ser para as demandas tanto do Estado, regiões e País, por meio do Parlamento”, pontua. Eleito com 114.346 votos, o político hamburguense acredita que o Congresso está pronto para o debate de pautas a tempo trancadas. “Está pronto para as reformas estruturais, em breve, será encaminhada a Reforma Previdenciária e se espera resposta rápida para ser aprovada o quanto antes”, disse.

Marcel van Hattem (Novo)

Deputado federal Marcel van Hattem (Novo) Marcel van Hattem, de 32 anos, fez votação recorde nas últimas eleições, no Estado, somando 349.855 votos. Natural de Dois Irmãos, mas hoje com domicílio eleitoral em Porto Alegre, o cientista político e jornalista também concorreu à presidência da Câmara dos Deputados pelo partido Novo, mas perdeu ao receber apenas 23 votos. “A expectativa é fazer um mandato em parceria com os demais eleitos com a proposta de renovação e conversar com aqueles que prestaram bons serviços e por isso reeleitos, correspondendo ao que o eleitor espera”, explica. O parlamentar destaca que sua equipe de trabalho será técnica e qualificada. A Reforma da Previdência está entre as pautas que o político pretende analisar o quanto antes no Congresso. “Espero que isso aconteça ainda no primeiro semestre. Ainda uma série de medidas para facilitar o empreendedorismo, como a desburocratização e redução de impostos, e assim como no âmbito penal onde hoje temos leis muito frouxas”, disse. Van Hattem espera encontrar muito apoio junto aos que elegeram o presidente Jair Bolsonaro, já que a Câmara será marcada pela renovação. “Obviamente vamos ter deputados inexperientes que ainda vão se habituar às coisas da política, mas com muita boa vontade”, acrescenta.

Nereu Crispim (PSL)

Deputado federal Nereu Crispim (PSL) Nereu Crispim, de 55 anos, acredita que o fato de nunca antes ter ocupado um cargo público não será problema para seu sucesso como deputado federal em Brasília. “Sou um político cidadão eleito por eleitores cidadãos”, define. Ele contabilizou 32.200 votos. Exempresário do ramo de mineração da construção civil, destaca que adotou na campanha o mesmo discurso de mudanças e que o Brasil merecia se livrar dos 15 anos de esquerda no poder. “Minha expectativa é votar pela abertura da economia com negociações com outros países, mudanças nas escolas quanto a ideologia de gênero e também participar da Reforma da Previdência”, pontua o novato na política que alcançou sucesso em seu primeiro pleito. Crispim ressalta que, independentemente da pauta, todas devem ser muito discutidas entre os diferentes parlamentares. “Bolsonaro é o presidente de todos os brasileiros e os deputados serão de toda população. O povo gaúcho possui carências na saúde e na educação”, indica, sugerindo que todos devem ter ceder um pouco nas discussões em prol da sociedade. Crispim, que possui domicílio eleitoral em Canoas, afirma que está muito feliz com o resultado obtido nas urnas diante de uma campanha nas ruas sem muitos recursos e verba eleitoral.

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