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Notícias | Região Torneiras secas

Pane em equipamento expõe limite no abastecimento de água em Novo Hamburgo

Sem energia, água da Comusa não chegou a 84 mil clientes nesta terça-feira

Por Bruna Mattana
Publicado em: 20.02.2019 às 07:01

Foto por: Comusa/ Divulgação
Descrição da foto: Estação de Tratamento de Água no bairro Rondônia
Uma pane no sistema de captação de água bruta junto ao Rio dos Sinos, em Lomba Grande, deixou os aproximadamente 84 mil clientes da Comusa – Serviços de Água e Esgoto sem água em algum momento ao longo do dia de ontem, em Novo Hamburgo. Segundo a autarquia, o abastecimento deve ser normalizado nesta quarta-feira. Moradores de bairros como São José, Canudos, Liberdade, Lomba Grande e Industrial reclamam estar sem água nas primeiras horas de hoje.

A Comusa tem capacidade para armazenar 23 milhões de litros nos 23 reservatórios espalhados pela cidade. Conforme a autarquia, no verão, em dia de semana, com tanques cheios, a Comusa possui autonomia de quatro horas, ou seja, esse é o período que a autarquia consegue abastecer as residências sem precisar captar água do rio. Essa capacidade, entretanto, é sazonal. No inverno, a autonomia é maior.

O problema começou por volta das 3 horas de ontem, quando ocorreu a queima do disjuntor, que resultou no comprometimento do inversor de frequência. "Sendo assim, não havia energia para captar e enviar água para a estação de tratamento, que fica no bairro Rondônia, em Novo Hamburgo", argumentou a Comusa.

A autarquia disse que possui um equipamento reserva, mas para instalá-lo dependia que a concessionária de energia desligasse a rede na região. "Depois que a rede foi desligada, nossos técnicos fizeram a substituição e ligaram para a concessionária para que ela religasse a energia. Esse processo durou toda a madrugada e, como nossos reservatórios não estavam cheios, logo eles foram esvaziando até começar a comprometer o abastecimento", justificou.

SEGUNDO PROBLEMA

Religada a energia, foi preciso acionar novamente o bombeamento de água. "Nessa manhã (ontem), tivemos um segundo problema. Ao religar o sistema, parte do dispositivo de bombeamento não reiniciou. Passamos a captar água com apenas metade da capacidade. Por isso, a demora em voltar o abastecimento em toda a cidade", explicou a autarquia.

À noite, a Comusa informou que o novo dispositivo seria instalado durante a madrugada de hoje, para que na manhã desta quarta-feira a captação e tratamento estejam funcionando normalmente. Enquanto isso não acontece, o abastecimento nos bairros ocorre em forma de rodízio. O fornecimento de água a hospitais e unidades de saúde foi preservado.

Falta de água recorrente em Canudos

A dona de casa Lisiane da Silva Rosa, 42 anos, moradora da Rua Leopoldo Guilherme Schneider, no bairro Canudos, ressalta que ficou sem água do início da manhã até as 16 horas de ontem. "Tentei contato com a Comusa diversas vezes. Nesse mês, faltou água quatro vezes na minha rua", diz. O bancário aposentado Nelson Ott, 80, morador da Avenida Victor Hugo Kunz, no bairro Vila Nova, ficou com as torneiras vazias desde o meio-dia de ontem.

Aumentar número de reservatórios seria o ideal

Foto por: Ana Knevitz/Universidade Feevale
Descrição da foto: Professor Carlos Nascimento
Segundo o coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Feevale, Carlos Nascimento, um conjunto de motores e equipamentos fazem sucção da água do rio e transportam até a estação de tratamento. "Quando não há energia, não há captação de água. Mas assim que retorna a energia, dentro de poucos minutos, a água já deve estar chegando na estação de tratamento, porém o retorno do abastecimento para a população, se dará após a regularização dos níveis dos reservatórios. Desta forma, quando há paralisação no sistema de captação e/ou tratamento, são os níveis dos reservatórios que permitem a continuidade do abastecimento nas residências. Conforme a água reservada vai diminuindo, o desabastecimento começa a acontecer, quem mora nos locais mais elevados fica sem água primeiro. Aumentar o número de reservatórios seria uma alternativa para minimizar essa falta, mas é preciso avaliar a questão econômica envolvida neste aumento", diz.

Comusa projeta ampliar reserva

Por meio de nota, o Pró-Sinos, que regula o serviço de abastecimento de água em Novo Hamburgo, informa que em linhas gerais, pode-se dizer que é "desejável" uma autonomia mínima de abastecimento, em caso de interrupção, de quatro horas. "Entretanto, salienta-se que essa definição é variável, conforme condições do sistema", pondera.

O diretor-geral da Comusa, Márcio Lüders, afirma que o problema registrado ontem foi uma situação atípica. "Nossos técnicos trabalham para corrigir essa falha e voltarmos a operar em 100%", frisa.

No entanto, ele admite que a Comusa precisa ampliar a capacidade de armazenamento de água. "Sabemos, no entanto, que precisamos ampliar a reserva de água do município. Por isso, estamos aguardando liberação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para dar início à obra de construção do novo reservatório, que abrigará três milhões de litros de água, e ficará na estação de tratamento do bairro Rondônia", adianta.

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