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Notícias | Região Capes

Instituições de ensino da região falam sobre cortes de bolsas de mestrado e doutorado

Instituições foram informadas do congelamento de vagas

Por Felipe Nabinger
Publicado em: 10.05.2019 às 03:00 Última atualização: 10.05.2019 às 08:15

Após a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informar na última quarta-feira a decisão, tomada no dia 3 deste mês, de suspender a concessão de bolsas de mestrado e doutorado, os responsáveis pela coordenação dos cursos de pós-graduação das universidades da região demonstraram apreensão. O "congelamento" das vagas na pesquisa não atinge os pós-graduandos que já realizam seus estudos, mas afeta a abertura de novas vagas e impede que novos candidatos recebam verbas já liberadas e previstas para o decorrer do ano. Caso mantida, a decisão tende a impactar, conforme os docentes, na pesquisa acadêmica. Atualmente, o valor mensal por estudante cotista é de R$ 1,5 mil no mestrado e R$ 2,2 mil no doutorado.

Além disso, o Capes prevê a redução gradativa da concessão de novas bolsas para todos os cursos que se mantêm com nota 3, conceito mínimo de permanência no sistema de pós-graduação, no período de dez anos, e  suspensão de novas bolsas do programa Idiomas Sem Fronteiras, derivado do Ciência sem Fronteiras. O Jornal NH ouviu representes das instituições de ensino superior da região de abrangência para checar como impacta a decisão federal.

Pró-reitor da Feevale critica falta de diálogo franco

Atualmente com 97 cotas entre mestrados e doutorados, a medida da Capes pode afetar o planejamento da Universidade Feevale. Conforme o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, João Alcione Sganderla Figueiredo, para os próximos dois anos estavam previstas 20 novas cotas. "Ao longo da história tivemos muitos desafios para alavancar a ciência e a tecnologia no País. Vínhamos em ritmo acelerado na formação de recursos humanos e, nos últimos três anos, temos sofrido cortes. O que me preocupa é que não temos um diálogo franco do porquê dos cortes, não sabemos qual o projeto", afirma.

A princípio, os bolsistas que já possuem o benefício continuarão com bolsas. "O problema são as bolsas em transição. Essas não estavam ociosas, mas foram extintas, porque o sistema leu dessa forma", analisa. O pró-reitor exemplifica. "Tínhamos quatro alunos em doutorado sanduíche - quando o estudante tem a chance de fazer parte do seu curso em outra instituição - no Exterior. Essas bolsas estavam esperando o retorno dos mesmos. O que diremos a esses alunos que saíram para se qualificar? Como faremos internacionalização em nossas instituições? Lamentavelmente, o empenho e a busca por qualificação podem se tornar uma 'punição' do governo, pela perda do benefício", diz.

Figueiredo vê a decisão como uma "tragédia de percurso", que trava o desenvolvimento e a possibilidade de transferir conhecimento para as indústrias. "Os dias são 'turvos', mas seguiremos firmes como educadores e pesquisadores."

Faccat atenta aos cortes

Para o vice-diretor de Pesquisa e Pós-Graduação da Faculdades Integradas de Taquara (Faccat), Roberto Tadeu Ramos Morais, a instituição, que hoje conta com dez cotistas, não terá mudanças imediatas. "Particularmente, não sofreremos impactos imediatos pois todos os nossos estudantes estão com dissertação em andamento. Não seremos afetados até 2021", explica. No entanto, existe a preocupação em caso de manutenção da medida. "Caso seja mantida durante todo o período do atual governo, teremos que rever a forma de cobrança pelo mestrado", explica.

Morais exemplifica um dos trabalhos desenvolvidos atualmente com relevância para a região. "Estamos iniciando um seminário sobre migrações no Vale do Paranhana. Caso a suspensão se estenda, esse e outros projetos terão algum tipo de corte, embora obviamente a instituição tenha o interesse em mantê-los."

Sem impacto significativo

Em nota, a Unisinos informa que não foi impactada de maneira significativa. "A universidade procura desenvolver projetos de pesquisa com empresas buscando outras alternativas para proporcionar aos alunos o acesso à pesquisa", justifica a universidade.

Aprovados em último edital

A Ulbra, em Canoas, afirmou por meio da assessoria de imprensa que há mais de cem estudantes bolsistas entre mestrados e doutorados. A situação deles segue inalterada. O último edital publicado fechou suas vagas ontem e, conforme a instituição, receberão a bolsa normalmente, no entanto não soube precisar quantos são os contemplados com o benefício. Não havia previsão para lançamento de novo edital.

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