A Polícia Civil ainda não tem números exatos, mas suspeita que boa parte dos mais de R$ 2 milhões pagos pela prefeitura de Estância Velha a empresa Previne tenha sido irregular. São investigados ao menos sete contratos com a empresa que presta, desde 2017, serviços de exames de imagens, como ecografia, raio-X, tomografia e ressonância magnética.
De acordo com o delegado Max Otto Ritter, da Delegacia de Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o montante movimentado pela empresa saiu de R$ 450 mil, em 2017, para mais de R$ 1,3 milhão, em 2018. Só até abril deste ano, mais de R$ 500 mil já foram recebidos pela empresa. "Isso causa estranheza. Nós notamos um aumento substancial nas receitas dessa empresa", afirma Ritter, citando que para o município de Mostardas, no sul do Estado, por exemplo, a Previne tinha um contrato de R$ 1,2 mil para um ano de serviços.
Ritter afirma que a Polícia investiga contratos emergenciais, licitações dispensadas e até a licitação em vigor e se houve algum suposto direcionamento para cada uma dessas contratações à Previne. A investigação também tenta investigar se outras empresas participaram de um possível esquema, sendo como laranjas, cedendo nomes ou facilitando o vencimento da Previne.
Segundo o delegado, a Polícia ainda investiga o papel de cada um dos envolvidos no suposto esquema. O número de exames não realizados e quantos pacientes foram prejudicados também são investigados.
Nesta terça-feira, oito pessoas foram presas, entre elas, a titular interina da secretaria de Saúde de Estância Velha, Eloise Gernhardt, o secretário licenciado, Mauri Martinelli, e a ex-secretária de Saúde Ana Paula Macedo. "Neste momento, as prisões estão voltadas para a investigação, são prisões temporárias", destaca o delegado.