A justiça gaúcha negou o pedido de recuperação judicial da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). A justificativa para a negativa é a mudança Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra) de uma associação voltada para educação e sem fins lucrativos, para uma sociedade anônima, com a conclusão dos registros no mês passado. Pela lei, conforme argumento da União encaminhado ao judiciário gaúcho, apenas dois anos após a mudança a empresa pode ingressar com o pedido de recuperação judicial. O entendimento da justiça do Estado é que a questão leva à extinção do processo.
A Aelbra informou em nota que vai recorrer da decisão de indeferimento do pedido. A instituição ainda diz no texto que está confiante que a recuperação judicial é a melhor solução para reorganizar as finanças da rede Ulbra de educação e solucionar as dívidas com os credores. “A Aelbra reforça que a decisão judicial não interfere na rotina acadêmica, nem nas atividades das escolas de Educação Básica da Rede Ulbra de Educação”, assegura.
A nota da universidade, também aponta que as disciplinas previstas continuam ofertadas, os trabalhos acadêmicos e escolares seguem normalmente, assim como o calendário de aulas, demais atividades e o vestibular Ulbra 2019/2, que está com as inscrições abertas.
Endividamento
A Ulbra entrou com pedido de recuperação judicial no início deste mês. A medida faz parte do plano de reestruturação da instituição, conforme a Starboard Restructuring Partners, empresa contratada para reestruturação da Ulbra.
Em crise desde 2002, a Ulbra acumula dívida a ser renegociada de R$ 2,4 bilhões, mas a dívida total da instituição é de R$ 8,2 bilhões. Deste total, R$ 5,8 bilhões são pendências tributárias, além de R$ 2,1 bilhões em dívidas financeiras e com fornecedores. Enquanto trabalhista, a Ulbra acumula um passivo de R$ 315 milhões.