A proprietária da agência de viagens Sulmix foi indiciada por estelionato pela Polícia Civil. A mulher lesou clientes em várias regiões do Estado e também da região. A empresa tinha sede em Campo Bom. O indiciamento foi confirmado pelo delegado Felipe Staub Cano, de Venâncio Aires, onde a empresa também tinha unidade.
No dia 10 de maio, clientes foram surpreendidos com o encerramento das atividades da agência. Na página do Facebook da Sulmix, a razão do fechamento era atribuída à "conjuntura do País, aumento progressivo do dólar, diminuição gradual na margem de lucro nos últimos anos e o aumento de custos".
Entre as vítimas, está o casal hamburguense Kelvin Wilbert, 32 anos, e Michele Marques, 31, que faria viagem de lua de mel para a Jamaica por intermédio da Sulmix. Há outros casos de clientes lesados pela empresa.
Segundo a advogada de defesa da indiciada, Rafaela Filter, o fechamento da empresa ocorreu por problemas gestão financeira e fluxo de caixa. Além disso, informa que a empresária irá reembolsar os clientes.
Veja a nota na íntegra
"Comoção social induz investigação criminal por fato atípico, no caso da empresa SULMIX, que só pode repercutir na esfera cível como reparação de danos.
O caso teve repercussão principalmente por envolver uma pequena comarca, no caso de VENÂNCIO AIRES, onde se deu o maior número de reclamações e registros de boletins de ocorrência.
A imprensa, noticiando com ênfase o caso e dando voz às narrativas dos consumidores, projetou a autoridade policial local no campo midiático, o que é bastante comum em em casos dessa natureza. Diante disso nós entendemos o indiciamento, na medida em que sabemos que o delegado precisa dar uma resposta para a sociedade. Mas a verdade é que, levado ao judiciário, esse caso deve desaguar na esfera cível, apenas, já que nunca houve intensão de lesar os consumidores e tampouco a empresária usou qualquer valor dos clientes em proveito próprio. Na verdade ela empreendeu todo o seu esforço, até o último dia, para atender a todos, e lamenta que não tenha sido possível.
Conforme depoimento da responsável pela empresa, ficou muito claro que houve problema de gestão financeira e fluxo de caixa, o que acabou inviabilizando a continuidade das atividades. A instabilidade econômica, aliada a um prejuízo financeiro grande ocorrido em março, quando a empresa atendeu um grupo de 38 pessoas que viajaram para Maceió, além da quase ausência de vendas em abril, acabaram inviabilizando o caixa e o crédito que a empresa tinha com seus fornecedores, de modo que não foi mais possível garantir as últimas viagens à esses consumidores.
A defesa acredita que as provas são robustas e que não há elementos para sustentar a acusação de estelionato, devendo a denúncia ser arquivada na justiça ou culminando na absolvição da proprietária da empresa.
A justiça não pode atender ao clamor social, mas sim ao rigor da lei.
A empresária já deixou bem claro que, na medida do possível, vai organizar um cronograma de reembolsos aos clientes que tiveram prejuízos e buscará um acordo com os mesmos, a começar por aqueles que não registraram ocorrência."