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De quinta-feira até domingo, pelo menos quatro mulheres procuraram a Polícia Civil em Novo Hamburgo para solicitar medidas protetivas ou cobrar que elas sejam cumpridas, como prevê a Lei Maria da Penha. Uma foi ameaçada e outras três agredidas por seus atuais ou ex-companheiros, sendo que o caso mais grave aconteceu no sábado, no bairro São José, quando uma mulher de 29 anos foi vítima de cárcere privado.
No dia 1.º de junho ela estava em uma festa de aniversário, quando por volta das 3 horas o ex-companheiro, 46, de quem havia se separada há um mês, chegou armado com uma faca. O homem empunhou a arma contra as costas da vítima, por baixo da roupa dela. Ele então levou a mulher para a antiga casa deles, onde passou a torturá-la, passando a faca pelo corpo da vítima, ameaçando perfurá-la. Além disso, o homem também dava murros na cabeça da vítima. Por volta das 6 horas, ela conseguiu fugir, mas o agressor pulou a janela e a aprisionou novamente dentro da residência, onde foi espancada com diversos socos na cabeça.
Cerca de meia hora depois, ela conseguiu se desvencilhar do homem de novo. Dessa vez foi socorrida por vizinhos, que a colocaram dentro de casa, impedindo a entrada do homem que veio atrás. Do lado de fora ele gritava: "Se não for minha, não será de mais ninguém".
Já na tarde de sexta-feira, uma mulher de 30 anos, que já tinha medidas protetivas, foi violentada pelo ex-companheiro, 36. A vítima estava em uma lancheria do bairro Canudos, quando o homem chegou e os dois começaram uma discussão, pois ele queria retomar o relacionamento. Diante da negativa dela, o homem ameaçou-a dizendo: "Te muda de Novo Hamburgo. Se eu te pegar, eu te mato". Nisso, ele derrubou a mulher no chão e arrastou-a para fora do estabelecimento, até levá-la para uma garagem. Então, ele forçou a faca contra a barriga da vítima e feriu sua orelha, dizendo. "Vou voltar e vou te matar". Vizinhos viram a cena e chamaram a Brigada Militar.
No domingo, outra mulher, de 52 anos, foi perseguida pelo ex-companheiro, 45, até o seu local de trabalho. O homem estava aguardando na parada, onde ela normalmente desembarca do ônibus, dizendo que se ela não o aceitasse de volta, cometeria uma bobagem, e que a situação deveria ser resolvida naquele dia. Depois disso, ele ficou importunando a mulher pelo telefone e, na hora da saída, estava diante do trabalho dela. No entanto, ela conseguiu despistá-lo com a ajuda de conhecido.
Ainda na semana passada, na quinta-feira uma moradora do bairro São Jorge, de 18 anos, foi agredida pelo companheiro de 28 anos com quem vivia há dez meses. Ele acertou cotoveladas em seu peito e tentou quebrar o celular da vítima. Quando ela disse que chamaria a Polícia, ele ameaçou que a mataria se fizesse isso e combinou que iria embora de casa. Na tarde do mesmo o dia, quando a mulher pediu que ele pegasse suas coisas e fosse embora, o homem rasgou algumas roupas da companheira. Depois, tentou estrangular a vítima e jogou-a em cima da cama.
Todos os casos foram registrados na Delegacia de Polícia Civil de Pronto Atendimento (DPPA) e serão apurados pela Delegacia Especializada da Mulher (Deam). Segundo a titular da Deam, delegada Raquel Peixoto, a violência contra a mulher se acentua aos fins de semana. Segundo ela, no domingo e segunda-feira são os dias de maior movimento para denúncias.
