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Notícias | Região História em Taquara

Restauração revela detalhes da Casa Vidal

Trabalhos chegaram a 30% após retirada de paredes e rebocos antigos

Por Débora Ertel
Publicado em: 06.06.2019 às 03:00 Última atualização: 06.06.2019 às 14:27

Foto por: Juarez Machado/GES
Descrição da foto: Casa Vidal de Taquara
De principal ponto comercial do Vale do Paranhana a centro cultural regional. É essa a trajetória que a Casa Vidal, prédio erguido em 1882 no Centro de Taquara, deve seguir pelos próximos anos. Fechada desde a década de 1990 e com a estrutura deteriorada pela ação do tempo, somente em agosto do ano passado foram iniciadas as obras de restauração do local, depois de um processo que se arrastou por mais de 12 anos. Na manhã de quarta-feira (5), foi realizada a primeira visita guiada pelo espaço, para que lideranças e a imprensa pudessem conferir o que já foi feito até aqui.

As paredes que cobriram janelas e portas já foram removidas, assim como o reboco externo, concluindo 30% da primeira etapa. No entanto, do R$ 1,40 milhão necessário para terminar esta fase, ainda faltam R$ 380 mil, recursos que a prefeitura pretende captar de empresas da região por meio Lei de Incentivo à Cultura (LIC). O prédio é tombado como patrimônio histórico cultural e pertence ao município desde 2010.

Um ex-morador

João Luiz Ferreira João Luiz Ferreira, 62 anos, atual secretário municipal de administração e planejamento, morou na Casa Vidal. Ele era funcionário do local e guarda com carinho as lembranças do tempo em que dormia no sótão do prédio, na companhia de mais cinco colegas. "Foi em 1981 que trabalhei aqui. Eu sempre fui um dos batalhadores para que essa restauração pudesse acontecer. Lembro que a gente brincava que era a Pensão da Cleusa", diz.

Descobertas durante o restauro

Foto por: Fotos Juarez Machado/GES
Descrição da foto: alicerce rudimentar: pedras umas sobre as outras
O espaço que foi construído anexo à casa, com telhado mais baixo, em sentido à rodovia, vai abrigar, no futuro, a área administrativa do centro cultural, além da Associação Numismática. Nesta parte do imóvel, as obras revelaram paredes erguidas com técnica enxaimel, tijolos artesanais e fundações rudimentares, onde pedras de diferentes tamanhos foram empilhadas umas sobre as outras. Como havia risco de a parede cair sobre a calçada, foram instalados tirantes com cabos de aço para garantir a estabilidade. Neste local, será instalado um telhado verde.

Durante a retirada do reboco foram descobertas janelas e portas amplas, em arquitetura portuguesa, com grandes arcos. As aberturas serão preservadas depois da restauração, garantido um ambiente ventilado e iluminado à Casa Vidal. Mas os tijolos, que na sua maioria foram unidos com conchas marinhas vindas de Nossa Senhora da Conceição do Arroio, atual município de Osório, serão cobertos para serem preservados. Segundo a gestora cultural da Patrimonium, empresa responsável pelo projeto, Cristina Schneider, serão deixadas "janelas pedagógicas", pequenos espaços descobertos para que os visitantes possam ver como são as paredes originalmente.

 

Doação de madeiras do Ibama

Em 2017, a prefeitura fez uma solicitação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que recebesse madeiras apreendidas porque eram ilegais. No mês passado, o órgão informou que vai doar 150 metros cúbicos de madeira, que serão entregues por etapas. Desta maneira, o material será utilizado no piso, forro e na construção do mezanino que vai abrigar a Biblioteca Municipal. Originalmente, o projeto previa que essa estrutura seria de metal.

Arquivo e museu

A Casa Vidal será o endereço do Arquivo Municipal, que vai receber todo o arquivo pessoal de Maria Eunice Kautzmann e será batizado com o nome dela, e o Museu Histórico Municipal Adelmo Trott, além de ter uma cafeteria, biblioteca, salas para atividades culturais no segundo piso e um espaço para contação de histórias educação patrimonial no porão. A Casa Vidal foi construída em 1882 pelo Coronel Jorge Fleck, governante de Taquara no período que ocorreu a Proclamação da República. O local passou a ser uma espécie de "shopping" regional quando Henrique Vidal Kolrausch adquiriu o imóvel.

Saiba mais

O projeto é desenvolvido pela Patrimonium Gestão e Produção Cultural e Forma Arquitetura, e está cadastrado na Lei de Incentivo à Cultura (LIC), envolvendo cerca de R$ 2,5 milhões, contando com o patrocínio das empresas Pirisa Piretro Industrial S. A., Calçados Bibi e F. H. Comassetto. A obra é executada pela Arquium. É dividida em duas etapas. A segunda, ainda sem projeto finalizado, envolve paisagismo, instalações hidráulicas e elétricas, além de mobiliário.

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