Quem viu a Nina há dois anos, abandonada em Lomba Grande, Novo Hamburgo, e extremamente magra, mal a reconhece hoje. A cadela que "mostrava os ossos" e se retraía ao notar uma presença, hoje tem um ótimo espaço para correr, brincar e descansar, e recebe muito amor. A vida da Nina começou a mudar quando ela foi encontrada pela representante comercial e protetora da Amparo, Animal Andreza Guerreiro, 41 anos, a Deza. "Achei ela na Prainha, estava muito magra, debilitada e em estado de choque. Tive a ajuda do protetor Leandro Mello para conseguir tirar ela de lá. Consegui casa de passagem em Sapiranga, mas ela sempre queria fugir. Então comecei a postar no Facebook para encontrar um tutor", conta Deza.
E foi justamente por causa da postagem na rede social que o marceneiro Jorge Keller, 47, se encantou com a Nina. "Eu sempre fui cachorreiro. Vi a postagem da Deza e quis a Nina. Mas como na época eu estava com proposta de ir para Santa Catarina, esperei um pouco. Ainda bem que não fui e consegui adotá-la. Quanto tu pega um bicho tem que ter certeza. Hoje, onde eu vou, ela vai", diz Jorge.
E não bastou apenas o amor pelos animais, o Jorge precisou adaptar também o pátio da residência para receber a Nina. "A gente sempre faz questionário e entrevista com adotante e visita a casa. Eu falei para ele que precisava de muro mais alto e de recuo no portão, e ele me disse na hora: 'eu faço'. Achei que ele era louco", comenta Deza. "Ela tem muita energia, mas é bem dócil. É o dono que ensina. O cão é como uma criança, tu não deixa uma criança a esmo. Assim como o cão também não. Para adotar não adianta só representar com fotos em redes sociais. Tem que gostar de verdade e se dedicar", ensina o marceneiro.
A Nina vive solta, e tem até um cobertor e seu cantinho preferido. "Eu fiz uma casinha, mas ela destruiu. Acabou escolhendo cantinho dela junto ao carro", explica Jorge.