Complicou a situação do vereador de Sapiranga Alessandro Vargas de Melo (PP), 30 anos, preso na noite de quinta-feira, na frente de casa, sob acusação de vender um revólver calibre 38. O Tribunal de Justiça negou habeas corpus na noite de sexta e ele deve continuar recolhido em contêiner-cela, no Instituto Penal de Novo Hamburgo, à espera de vaga no sistema prisional.
Para piorar, a Polícia Civil levantou informações de que o flagrante não seria fato isolado. O político seria vendedor de armas na clandestinidade. A defesa nega. “Descobrimos que ele tinha comercializado outras armas”, revela o delegado de Sapiranga, Fernando Pires Branco.
Segundo ele, há provas de que o vereador estava vendendo o revólver quando surpreendido por policiais civis. “Recebemos informação de que ocorreria uma negociação, os agentes foram ao local e constataram o crime”, relata Branco.
Melo foi detido por volta das 21 horas, no momento em que entregava a arma, na Rua Itapiranga, bairro Amaral Ribeiro. O suposto comprador, um morador de Parobé de 40 anos, também foi preso em flagrante. O revólver apreendido era dado como perdido por meio de ocorrência registrada em Três Coroas.
Os dois responderão pelos crimes de comércio e porte ilegal de arma de fogo, cujas penas somadas vão de seis a 12 anos de reclusão. ‘‘Apuramos que o vereador estava negociando a arma para abater parte de uma dívida”, acrescenta Branco. Os policiais ainda fizeram revista na casa do político, onde encontraram três munições.
A defensora do vereador, Patrícia dos Santos, diz que ele está com a “consciência tranquila” e afirma que não cometeu crime. “O Alessandro jamais comercializou qualquer tipo de arma”, diz ela, sem entrar em detalhes da tese de defesa. Patrícia frisa que o mérito será discutido no decorrer da ação. No Foro de Sapiranga, o flagrante foi homologado, a preventiva decretada e a liberdade provisória negada. No TJ, o habeas foi negado em caráter liminar. “Vamos aguardar agora o julgamento do pedido de liberdade”, observa ela. Não há data para a sessão do habeas, que pode levar mais de um mês.