Publicidade
Botão de Assistente virtual
Notícias | Região Em Canudos

Absolvidos acusados de assaltar e balear motorista na nuca

Vítima ficou quatro meses em coma

Por Silvio Milani
Publicado em: 21.06.2019 às 03:00 Última atualização: 21.06.2019 às 07:12

Foto por: Polícia Civil
Descrição da foto: CANUDOS: Palio bateu em muro de escola após condutor ser alvejado, em março do ano passado
Perdido no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, o comerciante catarinense Rudi Aloísio Bohn, 66 anos, se viu cercado por dois homens armados, acelerou o carro e levou um tiro na nuca, ao lado da esposa, em março do ano passado. Bohn ficou quatro meses em coma e sobreviveu com sequelas. O crime deve ficar insolúvel. Os dois acusados do assalto, que já tinham antecedentes, foram absolvidos.

A condenação ficou para os outros dois réus, denunciados por papéis secundários. O motorista dos ladrões pegou seis anos no regime aberto, mas pode recorrer em casa, onde cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

A namorada dele na época do fato recebeu pena de prestação de serviços à comunidade por falso testemunho. A sentença saiu há três semanas. O Ministério Público e os advogados dos réus condenados vão recorrer no Tribunal de Justiça.

Os quatro

Os dois suspeitos do ataque, Jonathan Bueno Ribeiro, o Jô, 22, que estava foragido, e Gabriel da Silva da Veiga, o Pisca, 20, em liberdade provisória, foram presos pela Polícia Civil um mês após o latrocínio tentado. Adriel Rosa da Silva, 22, que teria transportado a dupla em seu Corolla prata, também. Renata da Silva Soares, 20, não chegou a ser presa, mas indiciada e denunciada por falso testemunho. Ela sustentou a versão de Adriel, de que o Corolla havia sido roubado dez minutos antes do crime, considerada falsa pela Polícia Civil e Ministério Público.

"Alta periculosidade", segundo delegado

O delegado da 3ª DP, Alexandre Quintão, afirmou que o atirador foi Jonathan. "É um indivíduo de alta periculosidade. Apesar de vários antecedentes, como tráfico, assaltos e homicídio, estava foragido porque rompeu a tornozeleira eletrônica." O acusado alegou que, na noite do crime, estava com familiares em São Leopoldo. Em fevereiro deste ano, ele foi indiciado por chefiar golpes de dentro da Penitenciária Estadual do Jacuí. Gabriel, apontado como o outro que desceu do Corolla para assaltar o catarinense, estava há dois meses solto. "É um velho conhecido nosso. O prendemos outras vezes", comentou o delegado. O réu também veio com um álibi. Disse que estava no trabalho.

Para juiz, provas eram insuficientes

O juiz considerou que as provas contra os dois acusados do ataque não eram suficientes para condenação. "Quanto ao delito de tentativa de latrocínio imputado aos réus Jonathan e Gabriel, diferentemente do réu Adriel, a absolvição que se impõe, pois não ficou seguramente comprovado que eles participaram da ação criminosa", despachou o magistrado.

Duarte citou os depoimentos dos réus. "Jonathan e Gabriel, em juízo, negaram ter participado da conduta delitiva em análise. Além do mais, o réu Adriel negou que conhecesse Jonathan e disse que conhecia Gabriel apenas de vista do bairro onde sua ex-namorada residia."

Conversas

O juiz ainda questionou os indícios contra a dupla. "O inquérito policial chegou aos denunciados através de uma denúncia anônima e de conversas extraídas de um celular, cabendo ressaltar que nessas conversas havia apenas apelidos e não os nomes. Tais provas, entretanto, não são suficientes a ponto de ensejar a condenação dos acusados, tendo em vista que nada mais veio aos autos a fim de corroborá-las."

Conforme julgador, casal mentiu

Em relação à falsa comunicação de crime atribuída a Adriel e ao falso testemunho à Renata, a autoria ficou evidenciada, segundo o juiz da 3ª Vara Criminal de Novo Hamburgo, Ricardo Carneiro Duarte. "Adriel tinha consciência da falsidade daquela comunicação e, mesmo assim, o fez para possivelmente livrar-se da acusação do latrocínio.

A acusada prestou declarações na delegacia possivelmente para auxiliar Adriel, que na época era seu namorado, a ficar impune quanto ao delito de latrocínio. Ocorre que os depoimentos deles foram contraditórios durante a fase policial em diversos pontos, tais como a roupa que os assaltantes usavam durante o crime."

Ataque covarde

Comerciante de Chapecó, Rudi Bohn se perdeu nas imediações da UPA, por volta das 19h30 de 19 de março, e parou com o pisca-alerta ligado na Rua João Edmundo Streb. Enquanto a mulher dele telefonava para uma filha, a fim de avisar que estavam a caminho, dois jovens de bonés se aproximaram. Bohn se assustou com a chegada dos estranhos e acelerou. Sem chance de assaltar, um criminoso deu três tiros. Um acertou a nuca do comerciante, que perdeu os sentidos. O Palio bateu em uma placa de sinalização e parou no muro de uma escola. Os bandidos fugiram em um Corolla prata sem levar nada.

Às 21h09, o dono foi à Central de Polícia para registrar que o veículo tinha sido roubado às 19h20. O carro foi encontrado abandonado em Campo Bom às 22h15.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas

Olá leitor, tudo bem?

Use os ícones abaixo para compartilhar o conteúdo.
Todo o nosso material editorial (textos, fotos, vídeos e artes) está protegido pela legislação brasileira sobre direitos autorais. Não é legal reproduzir o conteúdo em qualquer meio de comunicação, impresso ou eletrônico.