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Notícias | Região Entre as mais perigosas do RS

Em pouco mais de dois anos, 60 pessoas perderam a vida na RS-239

Rodovia traz riscos a motoristas, principalmente em retornos e acessos

Por Bruna Mattana
Publicado em: 25.06.2019 às 03:00 Última atualização: 25.06.2019 às 09:06

Foto por: Bruna Mattana/GES-Especial
Descrição da foto: PONTO CRÍTICO: no domingo, mãe e filho morreram ao tentar fazer retorno no quilômetro 22
Uma das rodovias mais violentas do Estado. A RS-239, que liga os vales do Sinos e Paranhana, é uma das campeãs em números de mortes por acidentes de trânsito. Conforme dados do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS), 57 pessoas perderam a vida de janeiro de 2017 a abril deste ano na rodovia. A este número somam-se, ainda, outras três mortes ocorridas na rodovia neste final de semana.

De acordo com o primeiro comandante do Pelotão Rodoviário de Sapiranga, sargento Dalvo Tadeu da Rocha, o grande problema da rodovia é a forma como ela foi construída, que coloca em risco o usuário. "Do quilômetro 13, em Novo Hamburgo, até o 48, em Parobé, chegamos a ter mais de um retorno por quilômetro. Os motoristas se arriscam para cruzar a rodovia. Já sugerimos fechar os retornos e ter um só por município", pontua.

Ele destaca que a RS-239 é uma das rodovias mais violentas do Estado, mas que em alguns casos os acidentes só ocorrem por imprudência dos motoristas. "Temos que entender que em muitos casos não se trata de acidente, mas sim de imprudência", salienta.

Em Sapiranga, outro problema recorrente é o fluxo intenso de pedestres e ciclistas na travessia da via, que ainda conta com ruas laterais. Uma passarela será instalada no quilômetro 25 da 239. A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) informou que a empresa contratada, RGS, já iniciou mobilização para o início da construção, que terá prazo para conclusão de 5 meses. "A do quilômetro 29 já teve contrato assinado com a empresa Trilha Engenharia, e o local teve a remoção da rede elétrica. O início depende apenas de adequações das redes de fibra óptica e de algumas formalizações técnico-legais, que já estão sendo encaminhadas. O prazo de 4 meses", informou através de assessoria de imprensa.

Taquara

Do quilômetro 49 ao 110 da RS-239 é de responsabilidade do 2º Pelotão Rodoviário de Taquara. De acordo com o comandante, sargento Luciano Werle, este ano, nenhuma morte foi registrada na rodovia neste trecho. No ano passado, foram três mortes. "Os trechos mais críticos da 239 são do quilômetro 53 ao 80, onde temos mais ocorrência, pois trata-se de uma pista simples, com pouca iluminação, na qual ocorre excesso de velocidade dos motoristas, além de ultrapassagens perigosas. O entrocamento com o quilômetro zero da RS-115 também é um ponto crítico", pontua.

Rodovia em boas condições

A EGR informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que, em relação aos acidentes recentes, não há relação com fatores ligados à condição da rodovia, que está em boas condições e recebe constantemente revitalização da sinalização, dentro das normas técnicas vigentes.

Estrada é campeã em fatalidade

Conforme o Detran, até fevereiro deste ano, 120 pessoas morreram em cinco rodovias que cruzam a região. A RS-239 é campeã no quesito fatalidade, sendo que até fevereiro eram 53 mortes registradas na rodovia no período, seguida pela RS-240 (25 morte), RS-115 (21 mortes), RS-122 (18 mortes) e RS-474 (três mortes).

Iluminação

Outro grande problema da rodovia é a falta de iluminação que, segundo a EGR, compete aos municípios. O único trecho iluminado é do quilômetro 24 ao 30, em Sapiranga. A administração municipal realizou a colocação de iluminação com lâmpadas de LED nas laterais da RS-239, no trecho entre a Polícia Rodoviária Estadual, bairro Quatro Colônias e o posto de combustíveis Ferrabraz, no bairro Amaral Ribeiro, segundo a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa.

Casos recentes

Mãe e filho morreram em um acidente no quilômetro 22 da RS-239, em Campo Bom, na noite do último domingo. Segundo a Polícia Civil, Gilmar Ebling, 40 anos, e Edi Therezinha Ebling, 69, chegaram a ser socorridos ao Hospital Sapiranga, mas não resistiram aos ferimentos e morreram na casa de saúde. Eles estavam em um Fiat Palio com placas de Santa Maria do Herval e tentavam fazer o retorno quando colidiram em um motorhome com placas de Porto Alegre. O condutor do outro veículo fez teste do bafômetro, que deu negativo. À Polícia, ele contou que trafegava no sentido Sapiranga-Novo Hamburgo quando teve a frente cortada pelo Fiat Palio onde estavam as vítimas.

Ainda na noite de domingo, em Nova Hartz, por volta das 21h30, um capotamento tirou a vida de uma criança de 4 anos na mesma rodovia. O irmão dele, de 8, está em estado grave no Hospital de Pronto Socorro de Canoas. Segundo a Brigada Militar (BM), que atendeu à ocorrência, a mãe e os dois filhos estavam em um Fiat Línea, quando a condutora perdeu o controle do veículo e capotou na rodovia, quase na entrada da cidade de Nova Hartz.

Além das vítimas fatais, no sábado, ainda na RS- 239, em Sapiranga, um acidente entre um Volkswagen Gol e um Honda Civic, no quilômetro 25, deixou três feridos no início da noite. O Corpo de Bombeiros do município auxiliou no atendimento, pois as vítimas ficaram presas às ferragens.

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