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Para tirar distrito industrial do papel, Sapucaia do Sul busca financiamento de R$ 10 mi

Obra iniciou em 2015, mas apenas oito dos 95 lotes foram vendidos, e o distrito segue inacabado

Por DANIEL STEIN ROHR
Publicado em: 10.07.2019 às 21:42 Última atualização: 11.07.2019 às 07:36

Proprietário de quatro lotes - que já estão pagos - no distrito industrial de Sapucaia do Sul, o empresário Rogério Locks, 51 anos, visitou o local, no quilômetro 6 da RS-118, na tarde de ontem, mas não conseguiu acessar os imóveis. Da estrutura prometida a ele no fim de 2015, quando as obras iniciaram-se, apenas a terraplanagem e parte da rede hidráulica foram executadas. À época, ele adquiriu os lotes porque tinha perspectiva de ampliar a empresa, que comercializa gases industriais no bairro Getúlio Vargas, com um investimento de R$ 20 milhões de um investidor que se tornaria sócio do negócio. Mas o tempo passou, a obra não avançou, o investidor desistiu, e agora Locks se vê sem perspectiva. "Hoje eu me arrependo. Eu precisava ampliar meu negócio, porque aqui onde estou é uma zona residencial/industrial. Ele ia entrar comigo no negócio, mas agora eu fiquei com esses lotes, que nem foram feitos. Se ficassem prontos hoje, eu não iria pra lá, porque esse momento não é de investir. A gente depende da economia, esse é um ano para esperar", avalia o empresário.

MATAGAL: no local que deve abrigar o distrito, o que se vê é a terraplanagem tomada pelo mato

RECESSÃO

A falta de confiança de Locks e da classe empresarial na retomada da economia está entre os motivos apontados pelo prefeito de Sapucaia do Sul, Luis Rogério Link, para a paralisação da obra. Ele explica que a construção do distrito industrial seria financiada com os recursos da venda dos lotes, em um modelo autossustentável. Mas, com a recessão que o País atravessou depois de 2015, os empresários retraíram os investimentos. Dos 95 lotes, apenas oito foram vendidos. "No primeiro momento, tinha 140 empresas interessadas, mas, quando começou a crise, as tratativas não avançaram", recorda o prefeito.

 

Obra seria concluída em oito meses

Sem o recurso da venda dos lotes, a prefeitura recorreu a um financiamento de R$ 10 milhões da Caixa Econômica Federal, por meio do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). De acordo com Link, o dinheiro já foi pré-aprovado pelo banco, e agora a prefeitura aguarda apenas negociações finais para ter acesso ao dinheiro. Com o recurso, o prefeito projeta a conclusão do distrito para abrigar as primeiras empresas em cerca de oito meses. "Hoje, se tu levar alguém no distrito, a pessoa não compra, porque está tudo parado. Estamos aguardando apenas a liberação do Tesouro Nacional", conta.

O prefeito argumenta que o financiamento vai gerar muito mais recursos do que gastos para o município, porque, com a conclusão da duplicação da RS-118, cujas obras foram retomadas, a cidade vai impulsionar o seu potencial logístico. "Não tem lugar estratégico melhor na região metropolitana para competir com Sapucaia. Temos a BR-448, a BR-116 e a RS-118", sustenta.

CDL confia na retomada

Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Sapucaia do Sul, Diego Perin conta que a entidade mantém comunicação direta com a prefeitura, e confia que, agora, a obra vai avançar. "Estamos acompanhando de perto, e agora, com esse dinheiro, vai dar uma alavancagem para tirar isso do papel. Um distrito traz geração de emprego para toda a região", diz.

SAIBA MAIS

Localizado no quilômetro 6 da RS-118, o Distrito Industrial de Sapucaia do Sul foi concebido em dezembro de 2015, com área de 23 hectares e 95 lotes. Até hoje, foram vendidos apenas oito, o que inviabilizou a conclusão da obra. O preço de cada lote de 1 mil m², segundo a prefeitura, é de aproximadamente

R$ 249 mil. Os lotes podem ser comercializados na prefeitura.

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