Um dos quatro vereadores de Sapiranga afastados do cargo pela Justiça nesta semana é Leonardo Braga (PSDB). A situação ocorre a partir de uma investigação, ainda em curso pela Polícia Civil, que apura possíveis irregularidades na eleição da Mesa Diretora da Câmara em dezembro do ano passado. Integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) até então, o tucano não faz mais parte do grupo. A confirmação veio a partir do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP). O parlamentar, uma lideranças mais representativas do MBL em nível nacional, ressaltou que monitora a situação de perto. "Tratamos (o caso) com muita seriedade. Ele foi sumariamente expulso do movimento", informou.
Kataguiri disse que, "esse tipo de conduta é absolutamente incompatível com o que pregamos". A respeito dos próximos passos em relação ao inquérito e tramitação do processo no Judiciário o deputado espera que, "a Justiça seja célere para que ele pague pelos seus crimes", acrescentou.
Na tarde de sexta-feira (19), o vereador sapiranguense se manifestou a partir de uma nota a respeito do assunto. Negou envolvimento e rechaçou as acusações. "Esclareço que não solicitei, muito menos recebi vantagem para troca de apoio, pois nem sequer no Alessandro votei. Isso comprova que não houve nenhum acordo", .
Braga deve ser indiciado pela Polícia Civil por suposto crime de corrupção passiva. Além dele, o pedido de afastamento ainda contemplou vereadores Alessandro Vargas de Melo (PP), Valmir Pegoraro, o Baxo (PDT) e Cesino Nunes de Carvalho, o Dula (PP), por corrupção ativa. Segundo o delegado Fernando Pires Branco, o vereador do PSDB teria recebido R$ 10 mil para votar na chapa liderada por Melo. O acordo entre ambos ainda contemplaria a nomeação de um cargo de confiança no Legislativo. Só que em determinado momento, alguns dias antes da eleição, o vereador do PSDB teria desistido e indicado que votaria em Olívia Steigleder (PP). A vereadora derrotou o colega de partido por um voto e se tornou presidente da Câmara. Antes da votação, de acordo com a polícia, o tucano teria dito a Melo que gostaria de devolver o valor. O progressista não aceitou, pois conforme o delegado, exigia o cumprimento do compromisso firmado previamente.
A Polícia Civil espera concluir o inquérito sobre o caso até o final da próxima semana.