Condenada à revelia em júri popular na quinta-feira (18) pela morte da filha de quatro meses, a industriária Priscila Senger de Oliveira, 34 anos, foi ontem ao Foro de Novo Hamburgo e teve o mandado de prisão revogado. Vai poder recorrer em liberdade à pena de sete anos no regime semiaberto. Os jurados entenderam que ela foi omissa em relação aos maus tratos sofridos pela criança, estuprada e morta pelo padrasto, o pedreiro Vinicio Lair Steffens, então com 34 anos, entre a noite de 28 de janeiro de 2016 e a manhã seguinte, na casa da família, no bairro Canudos.
Com comprovante de residência em mãos, Priscila chegou ao Foro no fim da manhã e justificou a ausência no júri. Disse que se mudou para Estância Velha e afirmou que atualizou o endereço na comarca local sem saber que precisava informar à 1a Vara Criminal de Novo Hamburgo, onde tramita o processo.
O DESPACHO
"Considerando que a ré compareceu espontaneamente nesta Vara um dia após o plenário e que a sua prisão preventiva foi decretada, nesta fase processual, unicamente porque Priscila não havia se feito presente a todos os atos processuais, revogo sua prisão preventiva", despachou a juíza Angela Dumerque, que presidiu o júri.
Ainda ontem, a Defensoria Pública foi ao cartório da 1ª Vara Criminal e retirou os autos para preparar o recurso. Priscila, que estava há um ano com Vinicio, alega inocência. "Como poderia imaginar que ele faria uma coisa dessas? Ele queria registrar a (nome da menina) como se fosse o pai verdadeiro. Parecia uma pessoa normal. Se dava bem com meu filho (garoto de 11 anos). No fim de semana, a gente pegava os filhos dele para passear", declarou ela, na época, à reportagem. Priscila foi presa no dia em que a criança morreu e solta sete meses depois. Já o pedreiro, que fugiu após deixar a enteada à beira da morte no posto de saúde, foi encontrado carbonizado no carro atrás do Zoológico, em Sapucaia do Sul, no dia seguinte.