Na manhã desta terça-feira (23), a Polícia Civil de Sapiranga encerrou uma etapa importante para conclusão do inquérito sobre o suposto caso de compra de voto na eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores. A situação, que teria ocorrido em dezembro do ano passado, levou a Justiça a afastar quatro parlamentares do município. A determinação tomada na semana passada fez com que Alessandro Vargas de Melo (PP), Leonardo Braga (PSDB), Valmir Pegoraro, o Baxo (PDT) e Cesino Nunes de Carvalho, o Dula (PP), deixassem momentaneamente suas funções no Legislativo até a conclusão da instrução processual. A decisão do juiz Carlos Fernando Noschang Junior ainda cabe recurso e a defesa dos afastados promete ingressar em instâncias superiores buscando a reversão do quadro.
Melo e Braga permaneceram em silêncio, portanto, não responderam aos questionamentos formalizados pela polícia a respeito do caso. Já Carvalho e Pegoraro negaram qualquer envolvimento no caso. Os progressistas e o pedetista devem ser indiciados por corrupção ativa, enquanto que o tucano, por corrupção passiva.
Segundo o delegado Fernando Pires Branco, que chefia as investigações, ainda não há prazo para o término do inquérito policial. Inicialmente, a expectativa era de concluí-lo ainda no final desta semana, mas há indicativos de que o período será postergado. “Vai demorar um pouco mais que o previsto”, informou Branco.
Após a prisão em flagrante sofrida por Alessandro Melo (PP), no dia 13 de junho, por comércio ilegal e porte ilegal de arma de fogo, a polícia obteve autorização para fazer a extração das conversas e áudios contidos em aplicativos para troca de mensagens no aparelho do parlamentar. A partir de então, a investigação teria descoberto um possível esquema para compra de voto na eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores. Melo era candidato a presidente e acabou derrotado pela colega de partido Olívia Steigleder (PP), por apenas um voto. Conforme a Polícia, o progressista teria arrecadado, ao lado de Valmir Pegoraro, o Baxo, e Cesino Nunes de Carvalho, o Dula, a quantia de R$ 10 mil para entregar a Leonardo Braga. O vereador do PSDB, segundo a polícia, recebeu o valor em um envelope supostamente jogado sobre o muro de sua residência.
Apesar disso, antes da votação para definir quem venceria a eleição, Braga comunicou a Melo que desistiria de votar nele e sugeriu devolver o montante. O progressista teria dito, em um dos áudios extraídos de seu telefone, que não aceitaria devolução de “nem um centavo”.
Em virtude disso, a Polícia Civil encaminhou pedido de afastamento dos quatro parlamentares, bem como solicitou a prisão preventiva do quarteto envolvido. A Justiça concedeu apenas parcialmente o encaminhamento.