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Notícias | Região Canoas e região

''Nojo só de ver'', desabafa policial sobre imagens apreendidas em ação contra pedofilia

Foram dois presos em flagrante nesta quinta-feira, um deles sargento da Brigada Miliar. Serão sete indiciados no total

Publicado em: 25.07.2019 às 19:15 Última atualização: 26.07.2019 às 11:25

Polícia Civil/ Divulgação
Apreensão: material coletado para passar por perícia
"Dava nojo só de ver", desabafou uma policial ao comentar a imagem que viu de uma criança na cama de um quarto muito mal iluminado. A fotografia foi apenas uma das milhares encontradas durante a segunda etapa da Operação Inocência, deflagrada pela Polícia Civil contra a pedofilia. Os policiais cumpriram ordens de busca e apreensão em Canoas, Cachoeirinha, Sapucaia do Sul e Porto Alegre mirando os criminosos. Foram quatro meses de investigação da Delegacia de Proteção à Criança e o Adolescente (DPCA), que terminaram com um saldo de sete pessoas identificadas pelo crime de pedofilia. Duas foram presas nesta quinta-feira (25), inclusive um sargento da Brigada Militar (BM).

Além do policial militar (PM), também foram alvos da operação um advogado, um técnico de informática, um professor de ginástica e um professor de música. "Nosso foco foram pessoas que fomentam este tipo de crime na internet", explicou o delegado Pablo Rocha. "Quem baixa, compartilha e guarda este tipo de material também está alimentando a rede de pornografia infantil", frisou o responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e o Adolescente. "Além do flagrante pela manutenção do material pornográfico, a apreensão do vasto material que trouxemos para a delegacia permite o indiciamento dos suspeitos por crime de compartilhamento de material pornográfico."

Deu 110 gigabytes 

Foram encontrados com os dois investigados, mais de dois mil arquivos com conteúdo pornográfico de crianças e adolescentes, totalizando mais de 110 gigabytes de arquivos digitais ilícitos. Fora o montante de material digital, foram levados pelos peritos também quatro notebooks 17 HDs externos, quatro câmeras filmadoras e fotográficas CDs DVDs e pen drives. Todo material já está submetido à perícia preliminar dos peritos oficiais, segundo o perito Raulito Silva, que participou da coletiva organizada na sede da Delegacia Regional nesta quinta. "Novas informações e indícios podem surgir a partir do material."

Pedófilo com laptop escondido debaixo da banheira

Por se tratarem de crimes envolvendo computadores, a polícia teve que ser rápida para agir. Em primeiro lugar porque, se o suspeito tiver oportunidade, ele vai se livrar do material. Foi o que aconteceu durante uma das batidas em Canoas. Os agentes da DPCA bateram na porta, mas o morador não abriu. Demorou porque estava tentando apagar o material no computador. "Nosso pessoal teve que ser rápido para garantir a materialidade da prova", aponta o delegado Pablo Rocha. Os policiais também encontraram um laptop escondido debaixo de uma banheira para a Polícia Civil não encontrar. "A pessoa que pratica este tipo de crime vive completamente anônima", observa Rocha. "E ninguém quer ser pego em flagrante. Então escondem, jogam fora, etc."

"Se tiver estes materiais em casa, a Polícia Civil vai bater na porta", adverte delegado

Classificadas como "revoltantes", as imagens apreendidas pela Polícia Civil não foram divulgadas durante a coletiva, é claro. Porém, o diretor fez questão de dar ênfase que foram encontrados até mesmo bebês envolvidos em situações lamentáveis. "É claro que muitos policiais que trabalharam no caso acharam revoltantes as imagens", disse o delegado Mario Souza, que comanda a Regional. "O que tem que ficar claro a partir de agora é que se a pessoa baixa, compartilha e armazena estes materiais em casa, ela vai ser visitada pela Polícia Civil. Vamos bater na porta e vamos levá-la à delegacia."

SAIBA MAIS

Foram envolvidos 25 policiais civis, oito viaturas e três peritos do Instituto Geral de Perícias na ação. Porém, a Polícia Civil de Canoas não tem investido só em medidas operacionais. Além da criação do cartório especializado em crimes sexuais na DPCA, foram adotadas medidas de qualificação do setor de inteligência para que as ações investigatórias tenham a maior qualidade possível dentro do que se dispõe de treinamentos e utilização de técnicas modernas de investigação na produção de prova. Com resultado imediato já se tem no período de janeiro a julho de 2019 o número de prisões superiores aquele atingido no ano de 2018.

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