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Notícias | Região Operação Errores

Carros eram roubados e compradores enganados em esquema coordenado por detento

Alvos foram cumpridos em Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada, Charqueadas, Sapiranga, Viamão, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Canoas

Publicado em: 26.07.2019 às 10:47 Última atualização: 26.07.2019 às 15:01

Foto por: Polícia Civil/Divulgação
Descrição da foto: Criminosos alvo da operação Errores chegaram a movimentar mais de R$ 1 milhão em dois anos de roubos na região

O detento Fernando Martins Marques, 41 anos de idade, condenado a mais de 100 anos de prisão, é apontado como o chefe de um esquema de roubos e adulteração de veículos aqui no Rio Grande do Sul. Após a descoberta, veio o desfecho da Operação Errores, deflagrada hoje (26) pela Delegacia de Roubos de Veículos (DRV) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que desarticulou a quadrilha que atuava a mando deste apenado, que emitia ordens e comandava os roubos de dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Os crimes eram praticados em toda região metropolitana. 

De acordo com os Delegados Guns e Rafael Liedtke, que coordenam a operação, as investigações tiveram início há mais de oito meses, oportunidade em que os policiais civis descobriram a existência de um esquema criminoso orquestrado de dentro da Pasc. Após a prática desses roubos, o detento então determinava que esses automóveis subtraídos tivessem seus sinais identificadores, como placas, numeração de vidros, chassi e motor, fossem adulterados/clonados. Na sequência, os veículos eram ofertados por meio de sites de intermediação de compra e venda online, por preços abaixo dos que geralmente são praticados no mercado.

Além disso, o detento também era responsável por ordenar a falsificação do documento de porte obrigatório (CRLV) desses veículos roubados, fazendo com que as vítimas, após pesquisarem nestes sistes sobre a venda e preços desses carros, acabassem caindo no golpe cometido pelo bando, depositando o dinheiro em contas bancárias registradas em nome de "laranjas" ou entregando em mãos dos estelionatários os valores em espécie.

Entretanto, após efetuarem os depósitos, as vítimas dirigiam-se com o veículo recém adquirido até o Detran/RS, a fim de realizar a vistoria, oportunidade em que descobriam terem sido enganadas, tratando-se de carro em situação de roubo, com sinais identificadores adulterados (clonados).

Os lucros obtidos indevidamente pelo detento da Pasc era dividido por todos integrantes da quadrilha, de acordo com a tarefa realizada por cada um dos membros. Conforme a Polícia Civil, com os crimes, eles conseguiram obter pelo menos 1 milhão de reais em dois anos de atuação.

Seis presos em Novo Hamburgo e São Leopoldo

Foto por: Jeison Silva/GES-Especial
Descrição da foto: Delegados coordenadores da operação Errores participaram de entrevista coletiva em Porto Alegre para dar detalhes da ação
Com a ação policial realizada nesta sexta-feira, foram presos preventivamente ou temporariamente, além do detento, os criminosos responsáveis pela prática dos roubos dos veículos; o indivíduo responsável por falsificar os documentos; as mulheres delinquentes que demonstravam os carros roubados e já adulterados paras as vítimas; os laranjas que 'emprestavam' suas contas bancárias para o depósito dos valores ilícitos, e o homem cuja atribuição organização criminosa era a de realizar a adulteração (clonagem) dos sinais identificadores desses carros roubados.

As ordens judiciais foram deferidas pela 17° Vara Criminal do Foro Central de Porto Alegre, após parecer favorável da Promotoria de Justiça Especializada em processar organizações criminosas.

Hoje foram presos 18 integrantes. Seis deles em Novo Hamburgo e São Leopoldo. Foram também apreendidos dois aparelhos celulares, chip e caderneta de anotações no interior da cela da Pasc. Ainda foram recolhidos com os presos, valores em espécie, diversos chips de celulares, telefones, munições e uma pistola Glock, calibre 9mm, de uso restrito às Forças Armadas e Policiais.

Diretor do Deic, delegado Sander Cajal, enaltece mais um trabalho de excelência da DRV, demonstrando cada vez mais a qualificação na investigação criminal e o comprometimento com a sociedade gaúcha. "É uma investigação que serve de exemplo às polícias judiciárias do País".

Nesta manhã de sexta-feira os presos estão sendo conduzidos até a sede da delegacia especializada na repressão aos crimes de roubo de veículos do Deic, onde respondem a Inquérito Policial já instaurado para apurar os seguintes delitos:

1) Organização Criminosa (artigos 1° e 2° da Lei n° 12.850/2013 - pena máxima prevista de até 8 anos de reclusão);

2) Roubos de Veículos (artigo 157, parágrafo 2°, incisos I e II, do Código Penal - pena máxima de até 10 anos);

3) Receptação Qualificada (artigo 180, parágrafos 1° e 2°, do CP - pena máxima de até 8 anos de reclusão);

4) Adulteração de Sinais Identificadores de Veículos Automotores (artigo 311 do CP - pena máxima de até 6 anos de reclusão);

5) Falsificação de Documentos Públicos (artigos 297 do CP - pena máxima de até 6 anos de reclusão);

6) Uso de Documentos Falsos (artigo 304 do CP - pena máxima de até 6 anos de reclusão); e 7) Estelionatos (artigo 171 do CP, pena máxima prevista de até 5 anos de reclusão).

Após trâmites legais, serão encaminhados à Cadeia Pública de Porto Alegre, ficando à disposição da Justiça.

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