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Descrição da foto: História: cruz de Jacobina no Morro Ferrabraz
Para Dreher, o fato de Jacobina ser uma mulher conselheira, quase que assumindo função de pastora, incomodou as lideranças da época, o que deu início ao processo de difamação da líder, atribuindo a ela o papel de prostituta, bruxa e outras coisas. Conforme o historiador, hoje se sabe que o Ferrabraz era uma nova fronteira agrícola, com pessoas se mudando para lá, dando início ao trabalho na terra.
"Aí entra em cena o João Maurer, com medicina alternativa para atender o pessoal, e na época foi chamado de curandeiro", comenta. Fazia 50 anos que os alemães haviam se estabelecido em São Leopoldo e lá já havia médicos e enfermeiros. No entanto, a distância era um problema para os novos moradores irem ao encontro dos profissionais da saúde.
Como havia movimento na casa dos Maurer, Jacobina decide dar pouso para as pessoas, pois não tinham como retornar à noite. Então, reúne a todos para cantar e ler textos da Bíblia. "Na época era um costume comum, o chamaríamos de culto doméstico. Temos que lembrar que a vida religiosa está com pouca assistência de pastores neste período", destaca Dreher.
No alto do Ferrabraz, foi colocada uma cruz para demarcar o lugar onde está enterrado o corpo de Jacobina. Em 2009, um Memorial da Reconciliação foi erguido em Sapiranga, ao pé do Morro Ferrabraz. O memorial está junto a uma estátua em homenagem ao Coronel Genuíno Sampaio, que liderou a Batalha dos Mucker, como uma maneira de selar simbolicamente a paz entre descendentes dos dois lados do conflito.
