Super-herois, vilões e criadores: todos na ComicConRS

Voltado ao público geek, convenção de cultura pop termina hoje na Ulbra em Canoas

Reportagem: Jeison Silva | jeison.silva@gruposinos.com.br

Não é todo dia que heróis e vilões convivem assim de forma pacífica. Para a comunidade geek, fãs de quadrinhos e do universo pop em geral, não tem nada de estranho assistir ao Coringa ali sentindo o gostinho de mexer no painel do Batmóvel.

É neste espírito de entretenimento, para pais e filhos, que se encerra neste domingo, no prédio 16 da Ulbra Canoas a 9ª ComicConRS, convenção que reúne artistas do ramo, estantes e exposições de produtos temáticos. Os ingressos para o último dia custam R$ 50,00 e podem ser adquiridos no local ou acessando a fanpage do evento no Facebook.

O jornalista do Grupo Sinos, Leandro Domingos, participa às 17h30 do painel “DC/Warner contra-ataca no cinema e na TV”. “Há 20 anos este era um mercado marginal, o nerd era a figura do bullying nos filmes”, destaca o organizador, Émerson Vasconcelos. “O público só aumenta, pois é justo em período de crise que precisamos de lazer, cultura e dar vazão aos nosso hobbies.” 

Criador do V de Vingança

Tietado por fãs - e por outros ilustradores, o britânico David Lloyd, 69, criador da graphic novel “V de Vingança”, (ao lado de Alan Moore) distribuiu autógrafos, desenho seu personagem ao vivo e o criador até ficou lado a lado de sua “criatura”. Loyd concedeu entrevista ao ABC Domingo.

ENTREVISTA – David Lloyd, ilustrador britânico e criador de “V de Vingança”

ABC Domingo - Como trabalhos como “V de Vingança” ajudam a transformar o mundo?
Lloyd - Comunicar é um dom que o artista recebeu. É a possibilidade de expressar o que ele pensa, não é uma obrigação do artista ter uma visão política, mas um trabalho artístico oferece essa possibilidade de que sua dimensão social seja ouvida. Comunicar tem um grande valor.

ABC Domingo – A arte, mesmo a pop, ajuda a abrir o pensamento do leitor?
Lloyd – Sim, certamente. O livro 1984, de George Orwell, por exemplo, antecipou boa parte do cenário atual. O Conto da Aia (The Handmaid's Tale), de Margaret Atwood, a mesma coisa. Eventos como esse da ComicConRS, mostram essa força, esse interesse do público pelas obras. Trabalhos como o “V de Vingança” ajudam a fazer a sociedade pensar a si mesma. 

Na Comic

Se Chaves, Hulk, Chuck fazem a festa dos selfies, a ComicConRS também auxilia no networking para os artistas da região concretizarem novos projetos. Vindo de Camaquã com a namorada, a fotógrafa Anna Ribeiro, 21, o desenhista João Eddie, 22, veio lançar a revista “Enjoy The Silence – Mangá Works 2019-2019”, uma reunião de seus trabalhos (alguns deles premiados). “É difícil encontrar-se pessoalmente com outros desenhistas e aqui isto é possível”, destaca. “Lá temos a ExpoNerd que ocorre em novembro, são eventos que ajudam a dar visibilidade aos trabalhos.”