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Notícias | Região Não leve o mundo nas costas

Você sabe quanto pesa a mochila do seu filho? Os riscos do excesso e qual o ideal?

Projeto realizado em escola de Sapiranga alerta os alunos para os malefícios do acúmulo de materiais escolares

Por Juliana Nunes
Publicado em: 07.08.2019 às 05:00 Última atualização: 07.08.2019 às 11:05

Foto por: Juarez Machado / GES
Descrição da foto: Verificando: Ana Carolina durante a pesagem de sua mochila, com a professora Caroline
A mochila da estudante Ana Carolina Pilla, 9 anos, chegou a pesar mais de sete quilos. Ontem, na atividade do projeto escolar "Não Leve o Mundo nas suas Costas" ficou evidente a mudança no comportamento da Ana Carolina, o medidor registrava 4,96 quilos. "Mas sei que preciso diminuir ainda mais este peso. Tenho que começar a não trazer coisas que não preciso. Segunda tive turno integral e acabei deixando roupa na mochila, eu deveria ter tirado", comenta.

É exatamente esta percepção que a iniciativa do Centro Sinodal de Ensino Médio de Sapiranga - Unidade de Ensino Duque de Caxias tem trazido aos alunos do 4° ano. As atividades são conduzidas pela professora Caroline Bissoni. "Estávamos trabalhando medida de massa em sala de aula e pesamos a mochila deles. Constatamos que apenas dois estudantes estavam com peso certo da mochila, que é de 10% do peso corporal", explica Caroline. A garotada passou então a pesquisar os malefícios disso para a saúde e tiveram uma atividade com fisioterapeuta em junho.

Foto por: Juarez Machado/GES
Descrição da foto: Orientações: Pietro em atividade com a psicóloga Laís

Na tarde desta terça-feira (6), foi a vez da psicóloga Laís Wermuth levar orientações para o grupo. "O comportamento de guardar objetos sem necessidade na mochila é motivado por pensamentos e emoções. Trabalhamos com eles qual a motivação para isso e percebemos que está relacionado à ansiedade, como o medo de perder o objeto ou de precisar e não tê-lo em sala", avalia.

Para trabalhar o desapego com a turminha do 4º ano da Duque, Laís fez com que eles entendessem o problema e até deu dicas para a organização da mochila. "O primeiro passo é trazer a consciência. Eles não se dão conta que trazem pensamentos que os atrapalham. Depois trabalhamos com eles como lidar com isso, que é enfrentar esta ansiedade", afirma Laís.

 

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É importante ficar atento ao tamanho

Entre os alunos que já levavam o peso adequado na mochila, está o Pietro Volpi de Souza, 10 anos. "Eu já usava mochila com peso dentro do que é correto, mas consegui melhorar ainda mais, tirando alguns itens que não precisava e fazendo ajustes nas alças do ombro", conta Pietro. Já a mochila do Henrique Borges de Carvalho, 9, ainda tem peso acima do que é ideal para sua saúde. "Às vezes sinto que está pesada, mas com o projeto estou melhorando. Vou ver o que posso tirar de desnecessário", relata Henrique.

Além do peso da mochila não ultrapassar 10% do peso corporal da criança, é importante estar atento ao tipo e tamanho do item. "Muitas vezes os pais acabam comprando mochilas maiores ou a criança acaba ajustando a alça de forma prejudicial. O ideal é que ela fique bem firme no ombro e esteja acima do quadril", orienta Caroline, que para compor o projeto contou com auxílio de profissionais da saúde.

Dicas na escolha e no uso

- Prefira mochilas feitas para crianças. Elas possuem materiais mais leves do que as fabricadas para adultos.
- Os itens mais pesados devem estar no fundo e na parte de trás da mochila, junto ao corpo.
- O peso total da mochila nunca deve ultrapassar 10% do peso da criança e o comprimento deve ter o tamanho do tronco.
- A parte inferior da mochila deve ficar até cinco centímetros abaixo da linha da cintura.
- Estruturas com múltiplos compartimentos ajudam na distribuição do peso.
- Deve-se usar sempre as duas alças, para que não haja estresse excessivo em um só um lado da coluna.
- As crianças devem usar o apoio da cintura para ajudar a distribuir o peso.

Fonte: Sociedade Brasileira de ortopedia e traumatologia

Saiba mais

A iniciativa "Não Leve o Mundo Nas Suas Costas" iniciou em sala de aula em maio deste ano com o estudo de medida de massa.

Após os próprios alunos perceberem que levavam muito peso nas mochilas, a turma passou a pesquisar doenças causadas por peso excessivo, como escoliose e a lordose.

Em junho a fisioterapeuta Letícia Ritter foi até o Colégio Sinodal e explicou cada malefício.

Esta semana a criançada está trabalhando as emoções para conseguir desapegar do acúmulo de materiais que levem para a escola.

A ideia é expandir o projeto para toda a escola. "Eles ainda farão uma pesquisa envolvendo os demais alunos da escola e também vamos pensar em meios de organização dos materiais dentro da escola, como usos de armários", adianta a professora Caroline Bissoni.

O projeto científico também será mostrado durante a Feira Científica do colégio, que ocorrerá no final deste mês. "A ideia é que não tenha fim, vamos seguir conscientizando outros alunos. E contamos também com o apoio das famílias, o que é muito importante", ressalta a professora.

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