Apenas Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Caxias do Sul registraram um saldo maior do que São Leopoldo na criação de empregos formais no primeiro semestre deste ano. Foram geradas 1.832 vagas com carteira assinada no período, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o banco de dados utilizado pelo governo federal para medir a evolução do emprego formal no País. Além de colocar o Município na quarta posição do ranking estadual, o Caged também mostra que a retomada do emprego, após os anos de recessão, está cada vez mais forte na cidade. Esse foi o primeiro semestre mais positivo em São Leopoldo desde 2010.
Mas não é apenas a cidade capilé que tem motivos para comemorar. Desta vez, os municípios de Sapucaia do Sul, Esteio, Portão e Capela de Santana, também registraram números positivos na geração de emprego. A vizinha Novo Hamburgo também se destacou, com um saldo positivo de 1.127 novos empregos, com 15.916 admissões e 14.789 desligamentos. Em 2018, São Leopoldo já havia registrado um saldo bastante positivo na geração de empregos, mas a região não acompanhou. Enquanto foram criadas 2.173 em solo capilé no ano passado, Esteio, Sapucaia e Novo Hamburgo fecharam vagas, enquanto Portão teve crescimento tímido, de 136 vagas criadas. Agora, o primeiro semestre foi positivo em todos os municípios, com a exceção de Capela de Santana. Na região como um todo, os números mostram que a geração de vagas com carteira assinada foi 2,6 vezes maior no primeiro semestre deste ano em comparação com o ano anterior.
Em termos percentuais, São Leopoldo registrou variação de 3,3% na criação de vagas, segundo dados do Caged, enquanto Portão chegou a uma variação de 3,4%. Percentualmente, a cidade ficou na oitava posição no ranking das cidades gaúchas com mais de 30 mil habitantes. A liderança da lista ficou com Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, cuja geração de emprego no primeiro semestre é sazonal.
Embora vibre com a criação de vagas na cidade e com os números positivos na relação com outros municípios, o vice-presidente de Indústria da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (Acist), Fernando Ribas, alerta para a dificuldade de reter no comércio local os melhores salários criados. Citando o Parque Tecnológico como um dos grandes criadores de empregos na cidade, por empregar mão de obra especializada e ter remuneração diferenciada, ele explica que o desafio é reter esta remuneração no comércio local, já que grande parte destes trabalhadores não reside na cidade.
Ribas também alerta para a “qualidade da massa salarial dos empregos gerados”, porque o maior número de empregos foi gerado no segmento de serviços, em subsetores que historicamente geram uma renda menor, como serviços de limpeza e administração de condomínios. O empresário lembra, por fim, que o tema será discutido no próximo Boletim Econômico Trimestral da Acist, que será lançado no dia 27 de agosto.
A exemplo do que vem ocorrendo nos últimos meses, o setor de serviços foi o grande responsável pela geração de empregos com carteira assinada na cidade. Do saldo de 1.832 vagas criadas no primeiro semestre, 93,94% foram desse setor. Enquanto os serviços tiveram crescimento de 1.721 vagas, o setor de comércio fechou vagas, e a construção civil ficou estagnada.
Os números do Caged se referem aos primeiros seis meses do ano, e não contemplam, ainda, os 490 funcionários que foram demitidos pela indústria Deca, unidade da Duratex, que encerrou suas atividades na no bairro Fazenda São Borja no início de julho.