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Notícias | Região Crime

Polícia prende hamburguense que se passava por agente federal

Daniel Lopes da Silveira utilizava um perfil no Instagram para conquistar mulheres e, assim, adquirir vantagens financeiras

Por Débora Ertel
Publicado em: 08.08.2019 às 08:56 Última atualização: 08.08.2019 às 08:56

Foto por: Reprodução
Descrição da foto: Daniel Lopes da Silveira, falso agente da polícia federal

Um hamburguense que se passava por agente federal, para aplicar golpes, foi preso pela Polícia Federal (PF) em São Paulo. Daniel Lopes da Silveira, 38 anos, utilizava um perfil no Instagram para conquistar mulheres e, assim, adquirir vantagens financeiras. Conforme o delegado João Luiz Correa da Rocha, há, no momento, dez vítimas confirmadas não só no Rio Grande do Sul, mas, também, em Santa Catarina, São Paulo e Paraná, incluindo as mulheres enganadas e seus familiares.

Silveira fazia fotos com uniforme da PF, diante de viaturas oficiais e exibia armas, como fuzis e pistolas para ostentar sua suposta profissão. Ele foi detido no dia 24 de julho em um shopping da capital paulista. Na casa dele, localizada na grande Porto Alegre, os agentes encontraram camisetas e coletes da PF, armas de airsoft e algemas. Conforme a investigação, ele praticava este tipo de crime há pelo menos três anos.

A farsa era tão bem articulada, que ele chegava a passar o dia inteiro fora de casa, dizendo que estava em operação, e retornar apenas no final da noite. “Ele se aproximava, mantinha um relacionamento e buscava vantagens financeiras para ter automóveis, roupas de marcas e estadias em hotéis. Ele queria desfrutar do dinheiro da vítima”, informa o delegado.

Em março a PF recebeu a primeira denúncia, sendo que a investigação começou em junho, quando mais vítimas procuraram a Polícia. O delegado acredita, ainda, que Silveira tenha lesado cada uma das vítimas com valores entre R$ 15 mil e R$ 30 mil. De acordo com Rocha, o suspeito utilizava a conta e o cartão bancário das vítimas e, quando as pessoas não tinham mais condições de bancar “seus luxos”, fazia com que elas fizessem um empréstimo para garantir mais dinheiro.

Foto por: Divulgação/Polícia Federal
Descrição da foto: Equipamentos apreendidos na casa de Daniel Lopes da Silveira, falso agente da polícia federal

“Ele tinha várias maneiras de conseguir dinheiro, inclusive dizia que estava com o salário atrasado e que depois devolveria”, explica o delegado. Silveira está preso na Cadeia Pública de Porto Alegre.



Crimes praticados

Além do crime de estelionato e uso indevido de símbolo da União, no caso, o brasão da Polícia Federal, Silveira ainda é suspeito de ter ameaçado as vítimas de morte, especialmente quando a farsa era descoberta. “Quando elas confrontavam as informações, não só as mulheres, mas os familiares dessas vítimas, ele acabava inventando uma outra história que a pessoa acaba acreditando”, comenta o delegado. Em uma das situações, uma das mulheres enganadas consultou no site da transparência do governo federal os contracheques dos policiais federais para verificar se o nome de Silveira estava lá. Ao ser questionado porque o seu nome não constava na lista, Silveira teria dito que o pagamento por enquanto estava suspenso.
O golpista também se utilizava da suposta função de agente federal para oferecer vantagens aos familiares e conhecidos das vítimas. Uma das mentiras contadas era que conseguia liberar mercadorias apreendidas no Porto de Rio Grande com o pagamento de taxas exclusivas e por isso conseguir oferecer os produtos a valores menores.
“Ele oferecia visto para passaporte americano e porte de armas. Tentava de todas as maneiras usar a posição de policial para ter vantagem”, destaca o delegado. Silveira já tinha antecedentes pelo crime de estelionato. 

As roupas tinham cunho fantasioso, segundo advogada

A advogado do suspeito, Josiane Leal Schambeck, confirma que os agentes encontraram o material com o logo da Polícia Federal na casa dele. No entanto, Josiane destaca que os acessórios jamais foram utilizados para extorquir ou cometer algo ilícito. “Ele tinha algumas coisa em casa, com as camiseta, mas era de cunho mais fantasioso, algo mais psíquico”, disse ela. Segundo Josiane, Silveira já prestou depoimento e está colaborando com as investigações. Como o pedido de liberdade provisória foi negado pelo Ministério Público, o juiz do caso acompanhou esse parecer e manteve o suspeito preso. A advogada pretende entrar com um pedido de habeas corpus até quinta-feira.
De acordo com ela, as acusações relacionadas à cobrança de dívidas, referentes aos empréstimos que realizados por Silveira que não foram pagos, deveriam ser cobrados na área cível e não na criminal.

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